A África da terra vermelha e dos sorrisos rasgados, em particular a comunidade de São José de Itoculo recebeu os Jovens sem Fronteiras de braços abertos e com olhares curiosos em ritmo de festa e de missão. Aqui trabalhamos com pré-escolar, onde a irmã Adelaide desenvolve um trabalho magnífico e de muita dedicação e amor; preparamos diversas formações para animadores de comunicação social, justiça e paz, escolas comunitárias, jovens, animadores corais e de saúde, mas também um curso de informática e outro de música que superaram as expectativas. Demos explicações no Lar Eugenie Caps, um projeto Sol sem Fronteiras que contou com a colaboração de muitas entidades e principalmente dos Jovens sem Fronteiras.

Foi indescritível perceber que este lar existe, que é útil, que graças a este trabalho cerca de 50 meninas podem estudar nas melhores condições, viver tudo isto na primeira pessoa foi sem dúvida um recarregar de baterias para outros projetos que se avizinham. Trabalhar com elas e acompanhar o trabalho da Irmã Rosenir foi uma lição constante de simplicidade e alegria. A nível pessoal, sair da vila e ir a comunidades contactar diretamente com as pessoas foi sem dúvida a experiência mais interessante e endoidecedora. Em cada irmão, Cristo revela o seu amor sem barreiras. Sempre com alguém que ajudava a tradução, nas formações para casais e para jovens, a conversa fluía e as perguntas tanto acabam em risadas como deixavam uma lágrima no canto do olho. A partilha, essa não tinha limites, são essas partilhas que nos ajudam a crescer, como cristãos e como pessoas. Além do trabalho de formação que fizemos pudemos também experimentar a vida em comunidade. A oração ganhou outro sentido e outro peso na minha vida. Até então não tinha percebido a importância de efetivamente parar e contemplar, todos os dias, sempre que possível, não como obrigação mas sim com a vontade de quem caminha para Ele e por Ele, para anunciar a Sua palavra e a Sua fé. As Eucaristia eram muito animadas com muitas palmas e cânticos ao som do batuque.

A equipa missionária que nos acolheu foi incansável e o sucesso das experiências e dos projetos não é só responsabilidade de quem vai mas de quem acolhe também. Irmãs e padres encheram os nossos dias com testemunhos de fé e de missão e ensinamentos para a vida. Quando cheguei demorei para assentar mas a pergunta mais recorrente era e é “E agora?”. Agora é anunciar, é partilhar esta vivência, esta Fé, ajudar outros a partir, a ver Cristo no sorriso de quem mais precisa, de quem nada pede. Agora é tempo de testemunhar e em breve, quem sabe, será novamente tempo de partir.

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