Pe. Eduardo Novo, Diretor do DNPJ
O slogan “Luz de Cristo no coração da Igreja” atrai o meu olhar.
Somos testemunhas de quanto essa luz brilhou com S. João Paulo II e de como essa luz brilhou nas novas gerações.
A uma distância de 30 anos do I Encontro do Papa com os jovens na diocese de Roma, no Domingo de Ramos, percebemos que ali encontramos o núcleo original do projeto pastoral das Jornadas Mundiais da Juventude, um sonho profético de João Paulo II, um impulso vital para que, neste novo milénio, a Igreja se descubra e se cerque de juventude, e seja pleno de Esperança e da Alegria do entusiasmo da Fé.
“Vós sois o futuro do mundo, a esperança da Igreja! Vós sois a minha Esperança” disse João Paulo II, aos jovens logo em 22 de outubro de 1978, nas palavras com que iniciou o seu pontificado.
Um dia brincou e confidenciou aos jovens “Giovane Paulo” perdeu, em italiano, um n de “giovanne”, certo é que será sempre lembrado, pelas novas gerações e em todos os idiomas como o papa “Jovem”.
A beleza da Fé, a Alegria de ser Cristão, a descoberta da vocação… fervilham neste “Laboratório de Fé” em que se tornaram as JMJ.
As JMJ não são apenas números, mas são expressão de uma Igreja jovem convocada por Cristo, princípio de unidade, um ícone de Igreja universal. São os jovens que melhor vivem a fé em diáspora, no contexto de uma sociedade que relega a religião para o âmbito estritamente privado. O Papa sabia que a Fé (sobretudo a dos jovens) tem necessidade de fazer uma experiência concreta de comunidade e de comunhão, e isto é ser igreja. Os jovens precisam de saber que não caminham sós na experiência de acreditar.
Celebrar o Dia Diocesano da Juventude é pois dar continuidade a uma história que continua hoje, com novos protagonistas, onde o Mistério é a realidade que vem ao nosso encontro, que se nos revela, pois é Deus que toma a iniciativa de se revelar.
Se com João Paulo II e nestes 30 anos fomos convidados a descobrir o Amor, a Alegria que brota do Evangelho, bem como com Bento XVI a afirmar a nossa fé, concretamente este ano, já em peregrinação espiritual para Cracóvia, o Papa Francisco escancara o forte apelo de Jesus para nos lançarmos, com coragem, na aventura da busca da felicidade…
Propõe como guia para o caminho as Bem-aventuranças. No ano passado, refletimos sobre a Bem-aventurança dos pobres em espírito, este ano refletimos sobre a sexta Bem-aventurança: «Felizes os puros de coração, porque verão a Deus» (Mt 5, 8), para no próximo ano refletirmos sobre a Misericórdia, que como nos recordava D. Rino Fisichella, “É a verdade sobre Deus e é a verdade que Deus quis fazer conhecer. A misericórdia é a palavra síntese do Evangelho. A misericórdia é o rosto de Jesus; é aquele rosto que nós conhecemos, quando se encontra com todos, quando cura os doentes, quando se senta à mesa com os pecadores públicos e sobretudo quando o pregam na cruz e perdoa: ali encontramos o rosto da misericórdia divina”.
“Amo-te como és” é esta a mensagem de Jesus, que hoje como outrora Jesus envia aos jovens e menos jovens.
Sejamos expressão viva deste Amor infinito!
Não vos canseis de celebrar, de viver esta festa da Fé, agora nas dioceses com júbilo. Em 2016 será em Cracóvia o lugar de encontro, onde juntos celebraremos com entusiasmo a Misericórdia de Deus. É o amor que nos torna evangelizadores, porque amar é construir.
Agradeço-vos pelo vosso empenho quotidiano de paixão e entusiasmo nas dioceses, para ecoar no mundo o Cristo vivo.
O Amor é um som que reclama um eco!