“Deus vem, pois, ao nosso encontro para que O acolhamos na fé e demos testemunho da alegre esperança do Seu reino na caridade. (Cf. Prefácio do Advento).
Há uma grande inquietação na Igreja e fora d’Ela sobre a questão da possibilidade de encontrar alegria no estilo simples da vida consagrada. A vida consagrada, sendo dom de Deus para a Igreja e para o mundo, testemunha a alegria do evangelho na vivência teologal dos conselhos evangélicos que professam os consagrados, e dá resposta a esta questão que a pessoa humana moderna se coloca a si mesma. “A vida religiosa está colocada no próprio coração da Igreja. Ela é um elemento decisivo para a sua missão, já que exprime a íntima natureza da vocação cristã e a tensão da Igreja-Esposa para a união com o único Esposo. A vida consagrada faz parte da vida, santidade e missão da Igreja. A profissão dos conselhos evangélicos coloca os consagrados como sinal e profecia para a comunidade dos irmãos e irmãs e para o mundo.” (Orani João Tempesta, O. Cist.)
«“Eis-me aqui” e “Faça-se ”, duas palavras brevíssimas que Maria pronunciou na altura da Anunciação (ou “Amen”, “Sim” (Cf. Lc 1, 38)» (Abílio Pina Ribeiro). São as duas palavras que todo o consagrado deve proferir ao chegar cada nova manhã: “Eis-me aqui disposto a dizer “sim”, como Tu, à vontade de Deus. A fidelidade ao seguimento de Jesus Cristo, pobre, casto e obediente, começa com esta mesma atitude disponível de Maria, que é fonte de alegria na vida consagrada, dando testemunho ao mundo, nos seus momentos sombrios e inquietos, de que, a solução para encontrar a verdadeira alegria está num encontro pessoal com a Pessoa de Jesus na Palavra e no Pão, alimento da fidelidade à vocação. O Papa Francisco anima-nos a sermos fecundos na missão, no anúncio e no testemunho do Evangelho. Esta alegria da fecundidade espiritual deve animar a nossa existência, acrescenta o Papa, porque somos chamados e escolhidos para sermos os seus discípulos com um toque sempre maternal que gere filhos para Deus Pai. Portanto, é a partir desse encontro pessoal com Ele que irradia para o mundo inteiro a alegria da pertença. Porque não há maior alegria que um consagrado possa sentir, do que saber-se escolhido por Deus e para o seu serviço, sendomovido pela caridade, que o Espírito Santo derrama no seu coração, vivendo para Cristo e para o Seu Corpo que é a Igreja. Concretamente na vida consagrada, esta alegria desabrocha também, da vida comunitária, onde se cria e alimenta entre os membros, aquela familiaridade que ajuda a viver a unidade na caridade. É nesse ambiente, verdadeiramente fraterno e amigável, que reina um espírito de santa alegria, “porque na presença de Deus gozamos a plenitude da alegria”. (Sl. 15,11) Como uma verdadeira família, não de laços de sangue mas do Espírito, a vida em comum não está ausente de dificuldades, provações e contrariedades. No entanto, nesses momentos somos convidados a cantar comesperança confiante como e com Nossa Senhora: “o meu espírito se alegra em Deus meu Salvador, porque Ele se dignou olhar para a humildade da Sua serva.” (Lc.1,48) Esta beleza da alegria de pertencer ao Senhor, com um coração disponível para tudo quanto Ele quiser, deve contagiar todos quantos se encontram connosco, nesta jornada de encantamento que é toda a nossa vida rumo à eternidade!
Bridget Eason asm