Padre Pedro Manuel
Diocese do Algarve

Francesco ou Franci, Lemma, Ricky e Boston, uma banda de rock de sucesso e quatro amigos deslumbrados e caídos pelo peso da fama. Na estrada do sol cruza-se a estrada da vida, de uma conversão e das que se lhe seguiram.

O livro “A Estrada do Sol” apresenta de modo muito belo que ainda que na nossa vida existam dramas e problemas  que nos façam duvidar da beleza da vida e nos levem a experimentar a fragilidade da mesma, é possível passar do drama e da crise à descoberta de uma vida nova que se redescobre e recomeça com uma leitura intensa dos sinais dos tempos.

Na vida do autor do livro, Francesco Lorenzi, cantor de rock na banda “Sun Eats Hours” (1997) – “o sol come as horas” -, o papel silencioso e discreto do seu pai e a possibilidade que a sua mãe lhe dá de se redescobrir na fé, são um conjunto de “teocidências” que vão para além do jogo parente da vida.

O encontro com Jesus, o milagre da sua conversão e a descoberta diferente de uma igreja que afinal não é “empoeirada” são caminhos para dar resposta às perguntas mais comuns da vida… Quem sou? De onde venho? E para onde vou…

Deus revela-se na vida deste homem através de experiências muito ricas de oração que se confundem com a vida e com a percepção de que Deus percorre tudo, até os becos mais longínquos para descobrir a ovelha perdida, e quando a descobre, faz uma festa porque a encontrou… Com Francesco foi assim, com tantos santos foi assim.

Jesus, o amigo de todas as horas com quem “Franci” passava tanto tempo em conversa (adoração), depois de um período de deserto chama-o a uma vida nova onde sempre se pode recomeçar, e com ele, um a um, os quatro membros da banda, descobrem que afinal o “Sol” é outro… Já não aquele que come as horas, mas o que conquista corações e salva vidas.

Na vida de quem tem fé os milagres sucedem-se e ao mesmo tempo são muitos os sinais que Deus envia… Fazer ao outro o que se quer que se faça a si mesmo, cantar como quem reza e se escuta, faz com que mais importante que o barulho das luzes e dos palcos, se valorizem os silêncios que falam e que nos fazem sempre recomeçar, mesmo depois de se ter perdido a dignidade de filho.

Esta é a história do filho que pródigo que julga deixar de ser filho pelo seu pecado mas que se descobre sempre filho pelo poder de Deus.

O novo estilo que se afirma, a experiência de encontro com Jesus, a peregrinação exterior à Terra Santa, após a peregrinação interior ao coração são caminhos que levam esta banda a agradecer pela luz que novamente brilha e que sempre brilhou dentro de cada um mas que não se conhecia.

Na vida desta banda existe um profundo encontro com Jesus e uma grande descoberta da vida da Igreja, especialmente pelo encontro e a oportunidade que tiveram de estar com os sucessores de S. Pedro. (Bento XVI e Papa Francisco)

Quando se descobre a vocação como vida descobre-se a alegria como caminho e a verdade como beleza. Esta foi a descoberta de Francesco, que seja também a nossa.

Padre Pedro Manuel
Diretor do Secretariado Diocesano da Pastoral Vocacional da Diocese do Algarve

Irmã Eliete Duarte, Paulinas Editora

(Fotografias de Samuel Mendonça/Jornal diocesano Folha do Domingo)

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