Pe. José Luís Amaro Pombal

Nesta semana das Vocações, que estamos a viver, intensifica-se de Norte a Sul a oração pelas vocações. E se é tempo para escutar o mandamento de Jesus e pedir ao «Senhor da messe que mande trabalhadores para a sua messe» (Lc 10, 2), não deixa de ser tempo urgente de reafirmar a fidelidade à vocação recebida.

É, portanto, uma semana de todos: jovens que aprofundam o discernimento vocacional; adultos que discernem o estreito caminho, que o Espírito rasga, da fidelidade à vocação recebida; idosos que num olhar de gratidão e de esperança vislumbram o cêntuplo recebido.

 

É a semana da epifania da Igreja ministerial ao serviço da Vida do mundo, no testemunho da Caridade de Cristo. Participando na vida divina, pelo Espírito Santo recebido no Batismo, todo o cristão é chamado a desenhar a santidade num específico dom de si mesmo, imitando o Amor de Cristo. O Papa Francisco, na mensagem para este 52º Dia Mundial de Oração pelas Vocações, coloca-nos diante duma imagem sugestiva, verdadeiro ícone da vocação: a realidade do êxodo. Escreve o Papa que “a experiência do êxodo é paradigma da vida cristã, particularmente de quem abraça uma vocação de especial dedicação ao serviço do Evangelho. Consiste numa atitude sempre renovada de conversão e transformação, em permanecer sempre em caminho, em passar da morte à vida, como celebramos em toda a liturgia: é o dinamismo pascal”.

Permanecer sempre em caminho, viver em êxodo, é ter a coragem de escutar a Palavra que chama, que vem de fora e nos move, e não ficar paralisados no círculo fechado das nossas certezas e do nosso egoísmo. E isto é válido na manhã primeira da história da nossa vocação e em todas as outras manhãs. A “vocação é matinal” (Novas vocações para uma nova Europa, 26a), tanto porque nos faz nascer por uma missão nova, tanto porque nos faz renascer diariamente pela fidelidade à missão assumida. Escutar o chamamento de Deus e responder-lhe afirmativamente implica estar sempre em estado de saída de si mesmo em prol da vida de todos.

Ao longo destes dias, lembrar com gratidão na oração tantos homens e mulheres em êxodo vocacional é ver transfigurados por Cristo tantos leigos que no seu Instituto, na família e no trabalho são servidores do Evangelho da Esperança, tantos religiosos, desde a vida contemplativa à vida missionária, e as virgens consagradas que resplandecem como testemunhas do Evangelho da Caridade, e tantos sacerdotes e diáconos que anunciam o Evangelho da Alegria. Todos estes vocacionados procuram imitar o próprio Deus, que em Jesus Cristo, sai de Si mesmo por amor ao Seu Povo.

O sentido da vida encontrado, a alegria que transborda e não passa, a paz de quem se inquieta por um mundo novo serão sinais inequívocos da vocação encontrada e quotidianamente aceite.

Pe. José Luís Amaro Pombal
Diocese Bragança-Miranda

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