Dia 20 de junho assinala-se o Dia Mundial do Refugiado.

Neste dia, o JRS relembra que a chave para a mudança está em cada um de nós.

O Dia Mundial do Refugiado, que se assinala a 20 de junho, o Serviço Jesuíta aos Refugiados (JRS) aproveita a ocasião para relembrar que a chave para a mudança está em cada um de nós. Enquanto os governos decidem aceitar ou rejeitar refugiados, apenas nós temos o poder de acolhê-los verdadeiramente. Temos de mudar a nossa perspetiva estática de olhar para os refugiados como “o outro”.

Refugiados em todo o mundo estão a ser rejeitados e afastados. A Austrália está a afastar refugiados desde Nauru ao Cambodja. Os colombianos estão a ser expulsos da Venezuela. O Quénia ameaçou expulsar quase meio milhão de Somalis e outros refugiados. Barcos com requerentes de asilo Rohingya são afastados vezes sem conta por países da região da Ásia-Pacífico, abandonados no mar. Milhares de pessoas morrem afogadas ao tentar atravessar o Mar Mediterrâneo vindas do Médio Oriente e Norte de África.

Mesmo quando os refugiados não são literalmente expulsos, eles são muitas vezes rejeitados, maltratados ou presos. A sua simples presença é criminalizada e são, muitas vezes, excluídos das suas comunidades de acolhimento. Na África do Sul, os estrangeiros estão a enfrentar ondas de violência e motins, obrigando-os a fugir das suas casas. Na Europa, os refugiados são forçados a recorrer ao trabalho e ao mercado de arrendamento irregulares. Nos EUA, os refugiados em fuga da violência generalizada na América Central estão a ser detidos.

A chave para a mudança não precisa de ser sempre uma abordagem do “topo para a base”. Os decisores políticos suecos mostraram que os líderes podem encorajar esta mudança na nossa perceção social, mas devemos começar com as nossas próprias perceções individuais. Os refugiados são “nós”, não “eles”. Não vamos apenas salvar vidas, vamos salvar a dignidade.

“A integração e a hospitalidade não se resumem à abertura das fronteiras, mas sim à abertura das nossas comunidades. O último não resulta das decisões de alguns líderes, mas sim das nossas decisões pessoais. Para mudar os nossos países devemos começar nas nossas comunidades, e para mudar as nossas comunidades devemos começar por nós próprios”, afirma André Costa Jorge, diretor do JRS.

Podemos pressionar os governos para acolher refugiados, mas não vamos esperar indefinidamente até que as suas decisões globais se repercutam nas vidas das pessoas. Vamos gerir a mudança nas nossas próprias comunidades.

Devemos estar todos disponíveis para perceber, e ajudar também os outros a
compreender, que os migrantes não são um problema a ser resolvido. São os nossos irmãos e irmãs que precisam de ajuda, que precisam de ser acolhidos e amados”, afirma Anthony Mukui, refugiado queniano e voluntário do Serviço Jesuíta aos Refugiados internacional.

Por isso, não vamos afastar, vamos avançar – nós próprios, os nossos vizinhos e as nossas comunidades no sentido de abrirmos portas. Assim, juntos, podemos criar valor. Juntos podemos acolher. Juntos podemos defender. Juntos podemos.

O Serviço Jesuíta aos Refugiados (JRS – Jesuit Refugee Service), é uma organização internacional da Igreja Católica, fundada em 1980, sob responsabilidade da Companhia de Jesus. O JRS tem como missão «Acompanhar, Servir e Defender» os refugiados, deslocados à força e todos os migrantes em situação de particular vulnerabilidade.

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