“Tem confiança, levanta-te Ele chama-te” (Mc 10, 49). Esta provocação feita ao cego Bartimeu soa parecido com o célebre cartaz promocional de alistamento para a Segunda Guerra Mundial, onde a figura icónica de Tio Sam solicitava aos jovens “I want you for U.S. Army”.

Contudo ser seminarista hoje não consiste na oblação da vida por um ideal ou sistema de pensamento, mas na descoberta do encontro com Jesus, um encontro que não deixa a nossa vida indiferente, um encontro que nos impulsiona para a saída de nós mesmos não permitindo que sejamos jovens e adultos “desempregados das suas vidas” (Daniel Faria), mas servidores da Vida. Esta provocação acolhida por Bartimeu conduziu que ele deixasse a beira do caminho para passar a fazer parte do caminho com Ele e com alegria “levantou-se de um salto e foi ter com Jesus” (Mc 10, 50).

Porém este encontro com Jesus não se opera de uma forma imediata, mas mediada através do testemunho dos sacerdotes, escuta e leitura da Palavra de Deus, leitura da vida e da obra daqueles que nos antecederam na fé ou simplesmente de uma brisa suave (1 Rs 19, 11-13).

Num período de aridez vocacional poderíamos perguntarmo-nos qual a utilidade de uma Semana de Oração pelos Seminários, qual o seu sentido e finalidade. Presumo que ao longo desta Semana revela-se de um modo claro o sentido e a finalidade da vocação sacerdotal. Durante esta semana sentimos especialmente o afeto que as nossas paróquias nutrem em relação aos seus seminários, visibilizando que a vocação sacerdotal é uma vocação orientada para os outros, não é um caminhar sozinho mas é o participar numa corrida de estafetas onde a oração é o testemunho que nos liga. Por fim, “Tem confiança, levanta-te Ele chama-te” (Mc 10, 49).

Ângelo Santos, Diocese de Lamego
Aluno do Seminário Interdiocesano de S. José (em Braga) – VIº Ano

 

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