Com surpresa recebemos a notícia da decisão do Papa Bento XVI de
renunciar ao ministério que recebeu como Bispo de Roma, sucessor de
Pedro e pastor da Igreja universal. Mas esta surpresa depressa se tornou
em admiração agradecida pela sua corajosa lucidez em reconhecer as
limitações de saúde e forças para exercer adequadamente o ministério ao
serviço da Igreja e para bem de toda a humanidade. Com este gesto, o
Papa, «servo dos servos de Deus», nos ensina que todo o poder na Igreja é
serviço.
Queremos agradecer a Deus o precioso dom do pontificado de
Bento XVI, que nos revelou uma fé forte e constante; o zelo apostólico de
quem se fez tudo para todos, não excluindo ninguém independentemente
da sua ideologia ou religião; o estilo pessoal de grande simplicidade com
que nos comunicou acessivelmente o seu pensamento culto e profundo; a
coragem heroica com que afrontou os problemas que surgiram e
defendeu a paz, a justiça e os mais pobres.
Estando a poucos dias da renúncia de Bento XVI, queremos exprimir
o nosso profundo afeto e gratidão e unimo-nos à sua futura missão que
assim resumiu: «quero servir de todo o coração, com uma vida
consagrada à oração, a santa Igreja de Deus». O seu exemplo de orante é
para nós um incentivo a considerarmos a oração como parte integrante da
missão da Igreja.
Pedimos a oração dos católicos e de todos os crentes para que os
Cardeais, inspirados pela conclusão do Concílio de Jerusalém – «O Espírito
Santo e nós assim decidimos» –, saibam discernir e escolher o candidato
mais apto para assumir a missão de sucessor do apóstolo Pedro.

Fátima, 18 de fevereiro de 2013

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