Este documento desenvolve o tema do anúncio Evangelho ao mundo de hoje e quer sinalizar uma nova etapa de evangelização caracterizada pela alegria, renovação, diálogo e encontrar uma igreja profética com as portas abertas. Nele, o Papa convida a “recuperar o frescor original do Evangelho”, a encontrar “novas formas” e “métodos criativos”, a não limitar Jesus aos nossos “esquemas enfadonhos”.
Lembra-nos que é necessário “uma conversão pastoral e missionária, que não pode deixar as coisas como estão”. Esta conversão há de permitir uma “reforma estrutural” da Igreja e implica, inclusive, “uma conversão do papado” para torná-lo “mais fiel ao significado que Jesus pretendeu dar-lhe”. Neste sentido, o santo Padre lembra que a aplicação da colegialidade não está plenamente realizado. É necessária uma “descentralização saudável” que não tenha medo de rever costumes da Igreja. Neste sentido, o Papa volta a afirmar que prefere uma Igreja ” uma Igreja acidentada, ferida e enlameada por ter saído pelas estradas, a uma Igreja enferma pelo fechamento e a comodidade de se agarrar às próprias seguranças” (EG 49) onde muitos dos nossos irmãos vivem “sem força, a luz e a consolação da amizade com Jesus Cristo, sem uma comunidade de fé que os acolha, sem um horizonte de sentido e de vida” (EQ 49).
É preciso combater “a maior ameaça”, que é “o pragmatismo cinzento da vida quotidiana da Igreja, lançando “a revolução de ternura”, dentro e fora da Igreja. Falando dos desafios do mundo contemporâneo, o Papa denuncia o atual sistema económico e reafirma “a íntima conexão entre a evangelização e a promoção humana. “Para a Igreja, a opção pelos pobres é mais uma categoria teológica que cultural, sociológica, política ou filosófica” (EG 198). Por isso, o Papa exige “uma Igreja pobre para os pobres. Eles têm muito para nos ensinar” (EG 198). É que enquanto não se resolver radicalmente os problemas dos pobres, os problemas do mundo não serão resolvidos (cf EG 202).
Nesta exortação o Papa salienta uma vez mais a necessidade de aumentar a responsabilidade dos leigos e, em concreto, que “é necessário ampliar o espaço para uma presença mais incisiva das mulheres na Igreja.” Afirma também que os jovens devem ter “um papel maior” na vida Igreja. Aborda a escassez de vocações, enfrenta a questão da inculturação, reafirma a “força evangelizadora” da piedade popular, entre tantos outros assuntos pertinentes e atuais para a ação evangelizadora no nossos tempo.
A Exortação conclui com uma oração a Maria “Mãe do Evangelho”. Seguindo os seus passos, poderemos antever já, na alegria da Boa Nova de Jesus, a aurora de uma nova primavera cristã.