Aceitar o desafio de testemunhar hoje a misericórdia. Nesta frase poderia-se resumir o mais importante da Peregrinação Nacional de Jovens a Fátima, que se realizou nos passados dias 7 e 8 de Maio.
Na Eucaristia de encerramento, presidida por D. António Marto, bispo de Leiria-Fátima, ecoava a pergunta lançada aos jovens: Como ser, hoje, sinal da misericórdia no concreto da vida, ousando chegar às margens onde urge o anúncio e a presença da misericórdia.
Logo no início da peregrinação, 14 workshops levavam os jovens ao encontro de experiências concretas da misericórdia, a partir das obras de misericórdia espirituais e corporais. Da Pastoral Penitenciária à Cáritas, do trabalho com os refugiados e os doentes mentais às iniciativas de voluntariado e de intervenção social, muitas foram as instituições e as pessoas concretas que trouxeram e partilharam com os jovens o modo de ser hoje um rosto da misericórdia numa grande diversidade de circunstâncias e situações. Diversos santos da misericórdia acompanhariam também a reflexão, voltando a figurar no gesto de envio que fechou a Peregrinação.
Reunindo cerca de 2700 jovens, o Fátima Jovem’16 foi ainda uma ocasião de festa, que nem as intempéries meteorológicas conseguiram travar.
A alegria juvenil e a força do seu testemunho percorreram os tempos de encontro e de festa – em particular o concerto animado pela Banda “São Sebastião” (de Meãs do Campo, Montemor-o-Velho) -, mas também de reflexão e de oração.
A noite de sábado foi marcada pela oração em torno da figura de Maria, “Mãe da Misericórdia”, quer no terço e na procissão das velas, quer na passagem pela Porta Santa e na Vigília, já na Basílica da Santíssima Trindade. Ao ritmo do Jubileu, proposto pelo Papa Francisco, esta foi uma oportunidade para a escuta, o canto e o silêncio, para a adoração eucarística e para a reconciliação individual.
No Domingo, a celebração eucarística aconteceu já no novo presbitério do recinto de oração do santuário, cujo altar foi dedicado nesse dia. Uma feliz e significativa coincidência. Tanto os sinais litúrgicos e os cânticos como a própria homilia do presidente da celebração vieram lembrar aos jovens, o estreito vínculo entre a misericórdia celebrada no altar eucarístico e a misericórdia exercida para com aqueles a quem somos chamados a tornar-nos próximos.
Por último, o Fátima Jovem de 2016 ficou ainda marcado pela sua inserção na caminhada de preparação em vista às próximas Jornadas Mundiais da Juventude que, por vontade do Papa Francisco, decorrerão na cidade polaca de Cracóvia de 25 a 31 de Julho.
Neste âmbito, foi apresentada a versão portuguesa do hino oficial das Jornadas, gravada nos estúdios da Rádio Renascença sob coordenação do DNPJ e a direcção do Maestro Carlos Pedro Alves, e o encontro com os voluntários portugueses que irão participar nas Jornadas.
O refrão do hino – “Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia” – soou como uma convocação ao longo de todo o Fátima Jovem. Como um desafio para, ao jeito de Maria, nos pormos a caminho, na disponibilidade para a escuta e para o serviço. Como um grito, para que o mundo se torne mais humano e fraterno. E, aí, cabe toda a força dos jovens, da sua criatividade e da sua alegria.