O Papa Francisco afirma que ao aproximar-se dos pobres “a Igreja descobre que é um povo, espalhado entre muitas nações”, que tem a vocação de “fazer com que ninguém se sinta estrangeiro nem excluído”, na mensagem para o 3.º Dia Mundial dos Pobres.

“Queridos irmãos e irmãs, exorto-vos a procurar, em cada pobre que encontrais, aquilo de que ele tem verdadeiramente necessidade; a não vos deter na primeira necessidade material, mas a descobrir a bondade que se esconde no seu coração, tornando-vos atentos à sua cultura e modos de se exprimir, para poderdes iniciar um verdadeiro diálogo fraterno”

«A esperança dos pobres jamais se frustrará» é o tema da mensagem do Papa que foi divulgada no dia da festa litúrgica de Santo António, 13 de junho.

“A esperança comunica-se também através da consolação que se implementa acompanhando os pobres, não por alguns dias permeados de entusiasmo, mas com um compromisso que perdura no tempo. Os pobres adquirem verdadeira esperança, não quando nos veem gratificados por lhes termos concedido um pouco do nosso tempo, mas quando reconhecem no nosso sacrifício um ato de amor gratuito que não procura recompensa.”

O Papa assinala que a condição dos pobres “obriga a não se afastar do Corpo do Senhor que sofre neles”, pelo contrário: “Somos chamados a tocar a sua carne para nos comprometermos em primeira pessoa num serviço que é autêntica evangelização”.

A promoção, mesmo social, dos pobres “não é um compromisso extrínseco ao anúncio do Evangelho” mas “manifesta o realismo da fé cristã e a sua validade histórica.”

“Coloquemos de parte as divisões que provêm de visões ideológicas ou políticas, fixemos o olhar no essencial que não precisa de muitas palavras, mas dum olhar de amor e duma mão estendida.”

Francisco explica que o compromisso dos cristãos, por ocasião deste Dia Mundial e sobretudo na vida ordinária de cada dia, “não consiste apenas em iniciativas de assistência” que, embora louváveis e necessárias, “devem tender a aumentar em cada um aquela atenção plena, que é devida a toda a pessoa que se encontra em dificuldade”.

“Não é fácil ser testemunha da esperança cristã no contexto cultural do consumismo e do descarte, sempre propenso a aumentar um bem-estar superficial e efémero. Requer-se uma mudança de mentalidade para redescobrir o essencial, para encarnar e tornar incisivo o anúncio do Reino de Deus”, acrescenta o Papa na sua mensagem.

O Dia Mundial dos Pobres é uma celebração instituída na Igreja Católica por Francisco há três anos e está a ser assinalada hoje, no penúltimo domingo do calendário litúrgico católico.

“Os pobres são preciosos aos olhos de Deus, porque não falam a linguagem do eu”, disse esta manhã o Papa na sua homilia, na Basílica de São Pedro.

“ A linguagem do amor, a linguagem do tu. Não fala a linguagem de Jesus quem diz eu, mas quem sai do próprio eu. Quantas vezes, mesmo ao fazer o bem, reina a hipocrisia do eu: faço o bem, mas para ser considerado virtuoso; dou, mas para receber em troca; ajudo, mas para ganhar a amizade daquela pessoa importante. Isto é falar a linguagem do eu” 

O Papa Francisco vai almoçar com um grupo de 1500 pobres, no auditório Paulo VI, do Vaticano. São 150 mesas para os convidados de Roma e de várias dioceses italianas.

 

3.º Dia Mundial dos Pobres – Mensagem Papa Francisco 

 

(Notícia atualizada 21:30 com fotos de www.instagram.com/franciscus/)

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