Preclaros,

Saúdo-vos com afeto. Sede bem vindos a estas II Jornadas Nacionais da Pastoral Juvenil/

Jornadas Missionárias, com o tema Missão @dgentes –ide e anunciai.

“Encontrando-se junto do lago de Genesaré, e comprimindo-se à volta dele a multidão

para escutar a palavra de Deus, Jesus viu dois barcos que se encontravam junto do lago. Os

pescadores tinham descido deles e lavavam as redes. Entrou num dos barcos, que era de

Simão, pediu-lhe que se afastasse um pouco da terra e, sentando-se, dali pôs-se a ensinar a

multidão. Quando acabou de falar, disse a Simão: «Faz-te ao largo; e vós, lançai as redes para a

pesca.» Simão respondeu: «Mestre, trabalhámos durante toda a noite e nada apanhámos; mas,

porque Tu o dizes, lançarei as redes.»

Assim fizeram e apanharam uma grande quantidade de peixe. As redes estavam a romper-se, e

eles fizeram sinal aos companheiros que estavam no outro barco, para que os viessem ajudar.

Vieram e encheram os dois barcos, a ponto de se irem afundando…(Lc 5, 1-7)

Vivemos numa igreja de comunhão para a Missão, de sinodalidade, onde todos somos

necessários e corresponsáveis, uma Igreja que sabe potenciar e equilibrar as quatro dimensões

que a constituem: Comunhão-comunidade, Anúncio, Celebração e Compromisso de caridade.

Quem somos hoje? As redes digitais deixaram de ser mero meio de comunicação para se

converter em cenário de vida, um lugar de encontro, uma linguagem, um modo de relacionarse, um espaço que nos vincula, que abre possibilidades e também desafios. Sem dúvida que o

nosso mundo “hiperconectado” nada tem a ver com a cultura e a sociedade da época de Jesus.

Como fala hoje Jesus à multidão? Que fariam Paulo e os primeiros Missionários?

Produto das novas tecnologias, que modificam a linguagem e também as relações sociais e

o modo de gerir espaço e tempo e, a compreensão da mesma realidade surge «uma nova

“ágora”, uma praça publica onde as pessoas partilham ideias, informações, opiniões e de onde

nascem novas relações e formas de comunidade»(Bento XVI). A Igreja sente a necessidade de

estar presente no “ciberespaço” para evangelizar este novo território, trata-se de evangelizar

na internet e não tanto de “usar” a internet para evangelizar, a internet é um “lugar” não é um

meio! É necessário ajudar a criar uma cultura de participação e de colaboração, de respeito,

de comunhão, onde não falte o convite claro ao encontro, e havemos de ser ousados nas

propostas e no convite à participação. Mas, como em todas as realidades humanas, faz falta

uma reflexão sobre as implicações que tem e sobre os aspetos positivos e negativos que giram

ao seu redor.

Neste caminho de Nova Evangelização, cumpre-nos refletir com lucidez, sobre esta mudança

antropológica e cultural e (re)definir a Missão @dgentes neste “novo continente digital”,

sem esquecer que a igreja continua a anunciar, hoje como outrora, uma Pessoa, um modo

de pensar a vida e a viver, baseada na capacidade e vontade de amar, em que o verdadeiro

“campus-fidei” é o coração de cada um.

Os jovens são muito caros nesta missão evangelizadora da Igreja, e são as redes sociais os

lugares privilegiados das novas gerações. Os jovens vivem uma relação quase de “simbiose”

com as tecnologias digitais, por isso falar com os jovens hoje, implica encontrar-se com

eles lá, (mas não só) onde eles estão, onde eles se movem bem, neste grade processo de

comunicação.

Como partilhar a Fé?

Repartamos de Cristo, a chave da Missão e Evangelização é o testemunho, porque a nossa

força é a graça (“sem mim nada podeis fazer”); somos um povo|comunidade, tal como o

testemunho pessoal é importante o testemunho e ação comunitária; em tudo a Caridade,

(“pode acabar a fé, pode acabar a esperança mas a caridade jamais acabará”); abertos a todos,

não só aqueles que a acolhem com bom grado mas também àqueles que a desconhecem;

buscando dar fruto e não o êxito pessoal; do virtual ao presencial rasgando as fronteiras

do virtual, abrindo horizontes que promovam o encontro no mundo presencial; sempre

discípulos sempre a aprender, na busca de novas linguagens que possam interpelar o coração

de cada um, vivendo a Missão com Alegria, entusiasmo sem nunca nos cansarmos, para

isso, precisamos uma vivência responsável do compromisso da fé baseada na formação

permanente.

Lancemos as redes… Duc in altum!

Share
Share