Na cidade de San Sepolcro, que celebra os mil anos da sua fundação, o Papa defendeu a necessidade de resistir “à desconfiança face ao compromisso político e social”.
“Os cristãos, especialmente os jovens, são chamados a contrapor o compromisso e o amor pela responsabilidade, animados pela caridade evangélica”, afirmou.
Bento XVI desafiou ainda os jovens a saberem “pensar em grande” e ter “a coragem de ousar”, uma passagem do discurso sublinhada pelas palmas dos presentes.
“É necessário reencontrar as motivações sólidas para servir o bem dos cidadãos”, sustentou, frisando a importância de “redescobrir as raízes cristãs”.
Segundo o Papa, há “uma necessidade particular de que o serviço da Igreja ao mundo se exprima com fiéis leigos iluminados, capazes de agir dentro da cidade do homem, com vontade de servir para lá do interesse privado, para além das visões parciais”.
Na primeira etapa da visita, em Arezzo, Bento XVI tinha apelado a uma renovação “espiritual e ética” perante a atual crise económica.
“A complexidade dos problemas torna difícil identificar as soluções mais rápidas e eficazes para sair da presente situação, que atinge em particular as faixas mais débeis [da população] e preocupa os jovens”, disse, na homilia da missa a que presidiu esta manhã, perante cerca de 30 mil pessoas.
O mau tempo levou ao cancelamento da passagem prevista no programa de Bento XVI pelo santuário franciscano de La Verna, cerca de 260 quilómetros a norte de Roma, pelo que o Papa antecipou a sua chegada à cidade de San Sepolcro, inicialmente prevista como terceiro ponto de paragem.
O Papa destacou a ligação desta localidade, inicialmente desenhada em volta de uma comunidade monástica, à Terra Santa, em particular a Jerusalém, e desejou que surjam “novas perspetivas de solidariedade”.
“O progresso espiritual das vossas comunidades eclesiais e a própria promoção do bem comum das comunidades civis requerem um compromisso para uma inserção cada vez mais vital das vossas paróquias e associações no território”, prosseguiu.
Bento XVI despediu-se após cumprimentar algumas autoridades civis e religiosas, seguindo em helicóptero rumo ao Vaticano.
Esta foi a 27ª visita do Papa dentro da Itália, desde o início do pontificado, em abril de 2005.