Comissão Episcopal do Laicado e Família

O Dia dos Avós está ligado à memória litúrgica de São Joaquim e de Santa Ana.

Segundo a tradição, Joaquim e Ana tinham uma casa num núcleo de habitação junto à Piscina de Betsaida, na cidade de Jerusalém.

Joaquim seria proprietário de grandes rebanhos de ovelhas e pertenceria à tribo de David. Ana estava ligada à estirpe sacerdotal e talvez fosse uma irmã mais velha de Isabel de Ein Karem.

Joaquim e Ana não tinham filhos. Conta-se que durante a apresentação das ofertas no Templo de Jerusalém, Joaquim foi tratado com desprezo, porque Deus o tinha deixado sem descendência em Israel. Profundamente ofendido e abalado, ausentou-se por um tempo para o deserto seguindo os seus rebanhos e desabafando com Deus a sua mágoa.

Entretanto, recebe uma revelação divina assegurando-lhe que lhe seria concedida descendência. E assim aconteceu. Ana deu à luz uma menina a quem puseram o nome de Maria e a quem deram uma formação acurada na Lei do Senhor.

A iconografia cristã representa Santa Ana sentada ou de pé a ensinar as Escrituras Sagradas à filha.

Na verdade, pelos relatos do Evangelista São Lucas, verificamos que Maria tinha o coração plasmado pelas Escrituras. No cântico do Magnificat exalta o Senhor com as Palavras da Escritura.

Foto: Evangelho Quotidiano

O Dia dos Avós tem como referência estes dois grandes crentes Joaquim e Ana, avós de Jesus. Eles inspiram os avós de hoje e levam-nos a agradecer-lhes o testemunho admirável de uma fé forte, consolidada numa vida de relação com Deus e alimentada pela prática fiel de uma vida cristã em comunidade.

Os Avós continuam a ser os «grandes catequistas» das novas gerações e os baluartes das famílias e das nossas comunidades cristãs. São testemunhas credíveis de fé cristã na família, na Igreja e na sociedade.

Os Avós crentes, como Joaquim e Ana, transmitem às novas gerações o sentido da fé e da vida, são portadores de uma sabedoria, e experiência que ensinam que uma vida sem valores, sem amor, sem fidelidade, sem doação não tem sentido.

Eles são uma «reserva sapiencial» não só da própria família, mas da Igreja e da sociedade que a Sagrada Escritura nos exorta a valorizar: “Não desprezes os ensinamentos dos anciãos” (Ecl 8,11).

Com maior disponibilidade para a oração, com uma capacidade particular para compreender as situações difíceis e com um forte sentido de solidariedade “os Avôs e as Avós formam um «coro» permanente de um grande santuário espiritual, onde a oração de súplica e o canto de louvor sustentam a comunidade que trabalha e luta no campo da vida” (Papa Francisco).

Agradecemos ao Senhor o dom dos Avós e pedimos para eles, por intercessão de São Joaquim e de Santa Ana, o dom da alegria espiritual e a fortaleza para enfrentarem as dificuldades próprias da sua situação e, porventura, a falta de amor, de atenção e de solicitude que merecem, que lhes são devidas por parte de todos nós – família, Igreja e sociedade.

A eles a nossa gratidão, votos de um feliz dia e um grande abraço no Senhor.

D. Joaquim Mendes
Presidente da Comissão Episcopal do Laicado e Família
(leigos.pt)

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