Num comunicado enviado hoje ao DNPJ consideram também que “’terá chegado a hora’ de procurar novos modelos de animação pastoral das comunidades católicas na diáspora a partir de projetos bilingues, inseridos nos contextos de destino, que permitem enriquecimento recíproco”.
Nesse sentido, é necessário promover uma “visão positiva” da emigração e criar estruturas e grupos que estejam ao serviço das migrações com um “acolhimento ativo, pessoal e comunitário”.
Os agentes sociopastorais, que participaram no XV encontro na Diocese de Setúbal, consideram ser preciso ter “consciência” dos pressupostos da vida cristã e eclesial através de respostas às questões concretas de “diagnósticos realizados em proximidade” que “exigem disponibilidade” para diferenças “possivelmente maiores” das que estão habituados ou preparados para “admitir”
Neste contexto, as respostas sociais devem ser “incluídas” nos projetos de acolhimento atuais, como por exemplo, ajuda a procurar “emprego ou casa”.
No encontro a cultura foi outro tópico e os participantes assinalam a ser preciso “promover” a interculturalidade: “A multiculturalidade é um desafio possível em estratégias de integração de diferentes culturas e religiões”, explicam no comunicado.
A partir das experiências, das comunicações e do debate os agentes sociopastorais das migrações concluíram que a emigração é um “indicador relevante da sociedade portuguesa”, e a “atualidade vagas migratórias” está “próxima” das que aconteceram na década de 60.
“Quando forçada, a emigração é uma das decisões ‘mais violentas’ na estrutura familiar, porque implica afeto, alterações num projeto de vida; quando uma opção, é uma oportunidade de descoberta vocacional, aperfeiçoamento pessoal e saída profissional”, escreveram.
Foi identificada também uma “nova configuração dos dinamismos crentes, novos modelos de pertença e novas expressões de fé” nas comunidades de origem e de destino dos migrantes.
Hoje, a professora Maria do Rosário Carneiro apresentou a conferência “Desafios Pastorais da família no contexto da Evangelização”, aberta à comunicada, na Casa de Santana, e que conclui os trabalhos.
Depois, D. António Vitalino Dantas, da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana, conclui o encontro com a celebração da Eucaristia do Dia Mundial do Migrante e do Refugiado, na Sé de Setúbal.
No sábado, do programa constavam momento de reflexão e testemunho com a apresentação de vários temas, ideias, projetos, trabalhos de grupos, na Casa de Oração Santa Rafaela, e lazer em Palmela.
Joaquim Nunes, assistente pastoral na Alemanha, na cidade de Mainz, abriu o dia com o tema “Migrações e Família: transformações sociais e eclesiais”, onde refletiu sobre a realidade alemã.
Depois, uma mesa redonda intitulada “Implicações da emigração” reuniu três realidades, com as suas diferenças e semelhanças, por parte dos jovens, das autarquias e das paróquias, respetivamente Lisandra Rodrigues, presidente da Juventude Operária Católica; Rui Costa, venerador do Turismo e da Economia da Câmara Municipal de Macedo de Cavaleiros e o pároco de Silva Escura e Dornelas, o padre Licínio Cardoso.
Durante a tarde o professor na Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa, José Eduardo Borges de Pinho, apresentou “Perspetivas para a Pastoral das Migrações”.
O workshop “Novos caminhos para a pastoral nas migrações: história e perspetivas” foi apresentado e moderado pela diretora da Obra Católica Portuguesa de Migrações, Eugénia Costa Quaresma, e o diretor do Departamento Nacional da Pastoral Juvenil, o padre Eduardo Novo.
O sociólogo António Barreto começou o encontro com uma análise à migração depois do visionamento de um excerto do documentário “A grande Debandada”, uma intervenção aberta a toda a sociedade, no cineteatro de Palmela.
“Em cinco anos terão emigrado cerca de 600 mil pessoas. É um número demagógico, avançado com intenções políticas ou de vender jornais. Será inferior, 100 ou mesmo 200 mil, o que é sempre muito, muitíssimo”, disse o sociólogo.
«Igreja sem fronteiras, mãe de todos» é o tema da mensagem do Papa Francisco para este dia onde apela a uma rede universal de colaboração em defesa da dignidade humana.
O XV Encontro foi organizado pelo Departamento Nacional da Pastoral Juvenil, a Obra Católica Portuguesa de Migrações, a Agência Ecclesia e a Cáritas Portuguesa, entre 16 e 18 de janeiro, na Diocese de Setúbal.