A Anunciação do Anjo Gabriel a Maria passa também por aqui. Maria de Nazaré, da região da Galileia, foi a escolhida por Deus para mãe do Filho de Deus. Pelas palavras do Anjo – “Não temas” – observamos que Maria sentiu um normal temor no acolhimento ao chamamento de Deus. Maria, assim como cada um de nós quando nos deparamos com o chamamento, sentiu medo. Mas um medo que revela um certo sentido de responsabilidade. Mas, porque achou graça diante de Deus, ela não tem porque temer, como tranquilizou o Anjo. Que esta consciência também nos tranquilize hoje.

Maria procurando compreender qual era a vontade de Deus para a sua vida, responde com o seu “fiat” ao chamamento que Deus lhe fizera. Dispôs-se inteiramente para acolher a Sua vontade: “Eis a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra”. É com estas palavras que Maria consumou o mistério da Encarnação. Nela cumpriu-se as profecias. Nela reparou-se a desobediência dos nossos primeiros pais. Nestas palavras benditas, vemos em Maria uma fé viva, uma humildade profunda, uma obediência submissa, um amor terno e um abandono total na vontade de Deus.

Eis que Maria se abandona na vontade de Deus. Confia em Deus, para que nela se cumprisse a Sua vontade. Dá o seu “sim” a Deus, mesmo sem conhecer o caminho que ia percorrer. Pôs toda a sua confiança em Deus, entregou-se nas suas mãos, sendo-lhe fiel até ao fim. E como sabemos, o seu “sim” foi repetido ao longo da sua vida, particularmente nos momentos mais difíceis como quando teve de ver o seu Filho morrer por todos nós no alto da cruz. É este “sim” de Maria, que nos encoraja a dizer “sim” a Deus.

Assim, temos em Maria, o modelo por excelência para todas as vocações, seja ela qual for, sacerdotal, matrimonial, religiosa ou missionária, pois ela viveu com total doação de si mesmo a Deus e acima de tudo, soube responder ao forte apelo que Deus lhe fizera e que ainda hoje faz: vem e segue-Me! Portanto, basta-nos a ousadia de nos querermos assemelhar a Maria. O “fiat” foi a resposta de Maria ao chamamento de Deus e deve tornar-se hoje na resposta de cada um de nós. Ela é o modelo das vocações, pois soube escutar no silêncio do seu coração o chamamento de Deus. Que Maria, a mãe das vocações, nos ajude sempre a dizer “sim” a Deus!

Dc. Rui Simão

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