Mais do que procurar o sucesso de um grande evento, como o da JMJ, foi nosso objetivo, procurar dar as condições necessárias para que cada peregrino pudesse encontrar-se com o Senhor, reconhecendo-o como único comandante desta barca.

Foi também motivo para fazermos parte de uma caminhada espiritual muito forte, até à JMJ. Nada aconteceu por acaso. Fui vendo a providência do Senhor em vários acontecimentos, desde o acolhimento numa família, até à forma como os trabalhos decorreram. A simplicidade e alegria do povo brasileiro ficou como recordação e exemplo de vida para todos os que vieram ao Rio de Janeiro participar da JMJ Rio2013.

Pormos a nossa vida ao serviço da Igreja é também estarmos mais disponíveis para recebermos as riquezas que o Senhor nos quer dar, não por merecimento pessoal, mas por uso de misericórdia numa pedagogia que ainda estou por perceber. No dia 11 de Julho chegou-me o convite (completamente inesperado) para almoçar com o Papa Francisco durante a JMJ Rio2013, representando o continente Europeu. Depois da minha incredulidade e estupefação, houve uma pergunta que não me saiu da cabeça durante longos dias – “Porquê eu?”. Achei por bem, não procurar saber quais os critérios que levaram à minha seleção. Acredito que foi um grande gesto de misericórdia do Senhor.
Durante os dias que antecederam o almoço esperou-me muita ansiedade com as interrogações e o nervosismo próprio de um acontecimento desta natureza.

A simplicidade do Papa Francisco, manifestada pelos seus gestos desde o início do seu pontificado, e com maior relevo durante aqueles dias no Rio de Janeiro, deixavam antever um encontro com alguém simples e humilde, no fundo, um de nós. Nada mais certo. Com um sorriso e olhar direto o Papa Francisco entrou na sala onde o aguardávamos e interessou-se de imediato por saber de onde éramos. Pude ver que estávamos entre amigos.

O facto de estarmos perante o Vigário de Cristo na terra foi uma oportunidade fantástica para todos fazermos perguntas que retrataram muitas das características de cada continente. Perante a crise em Portugal e na Europa, Francisco reafirmou a importância para não perdermos a esperança! A nós jovens, tornou-nos autores desta nova revolução, uma revolução do amor, onde se imponha a cultura da proximidade junto dos mais pobres; A uma Igreja muitas vezes fechada para a periferia, impulsionou-nos a irmos ao encontro dos mais necessitados, acolhendo-os nos braços, recordando o exemplo de Maria, mãe da Igreja; Aos que procuram a sua vocação, deixou-nos o conselho de procurarmos viver essas interrogações em comunidade; A todos, fez-nos pensar no imenso amor de Deus ao escolher-nos para estarmos ali. A sua misericórdia é enorme.

Foi à mesa, que o Papa Francisco classificou com sendo “o melhor local para cultivar a amizade”, que pude sentir fortemente a alegria de estar na presença de um homem humilde, próximo, simples e com uma grande alegria por servir a Igreja. Bendito seja Deus!

Filipe Teixeira
Voluntário na JMJ Rio2013

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