A propósito da Mensagem do Papa Francisco para a XXIX Jornada Mundial da Juventude
Como é bom viver o dia Mundial da Juventude também nas dioceses, e quão bem, todos o fazem, tornando-os felizes Encontros de partilha e Alegria.
Felizes os que compreendem que a felicidade não é uma meta, mas um caminho: não deixarão de se alegrar a cada dia. Dedicarão a cada momento o entusiasmo que preenche a vida de afeto e de ousadia, reavivando sempre com um sabor a novidade a aspiração profunda que os habita a agarrarem o essencial com a coragem de quem deseja profundamente viver até ao extremo. Não se deixarão confundir com as promessas, tão fáceis quanto ilusórias e efémeras, do inebriamento que o sucesso, o prazer e a riqueza egoísta oferecem. Mas reconhecerão em Deus a única fonte inesgotável da alegria interior, que sacia e frutifica em vida abundante.
Felizes os que ousam viver até às últimas consequências a revolução das bem-aventuranças, dessa lei libertadora oferecida pelo Nazareno para escândalo de um mundo demasiado focado na auto-satisfação. A lei dos felizes é a liberdade que o mundo não pode compreender. É a liberdade de quem vive contra a corrente, não porque deseje contrariar a todos, mas porque não pode ser fiel a si mesmo senão vivendo segundo uma outra lógica, falando uma linguagem diferente: a lógica e a linguagem da pró-existência, de quem vive para se dar, de quem vê no Cristo o jeito de ser que responde aos anseios mais profundos e sinceros do mistério do homem.
Felizes os que se desprendem de quanto é supérfluo: não deixarão de encontrar Deus. Porque Deus se encontra para lá de todas as máscaras e subterfúgios, de todos os medos e justificações, ali onde o homem se confronta com a sua verdade. Na nudez da minha verdade, aí se encontra Deus. Só aí, desprendido de todas as «cisternas rotas que não podem reter as águas» (Jer 2,13), se constrói o Reino dos felizes, o Reino dos céus, o Reino do Deus que é «nascente de águas vivas».
João Paulo II, que, a 27 de abril, será declarado feliz porque muito ousou a felicidade verdadeira que brota da cruz de Cristo, continua ainda hoje a desafiar os jovens a que abram, que escancarem as portas do seu coração a Cristo, que se deixem habitar pela lei da felicidade que é loucura para a mediocridade de um mundo auto-satisfeito, mas que é encontro verdadeiro de alegria plena com Aquele que dá resposta ao anseio mais profundo que nos habita.
A caminho da jornada mundial da juventude, o Papa Francisco desafia os jovens a que se deixem habitar pela ousadia das bem-aventuranças e particularmente, este ano, daquela que do desprendimento constrói o Reino dos felizes: «Felizes os pobres em espírito, porque deles é o Reino dos Céus» (Mt 5,3). Porque importa recordar, hoje e sempre, que é no Reino dos pobres – dos desprendidos e ousados – que habita a felicidade verdadeira.
Quem ousará construí-lo?
Deixemo-nos invadir por este Reino.
Não te conformes, transforma-te. Sê mensageiro e protagonista das Bem-aventuranças!