A Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos já tem uma longa tradição. De 18 a 25 de Janeiro, multiplicam-se encontros e celebrações para que se caminhe mais e melhor, com o objetivo de que ‘haja um só rebanho e um só Pastor’.
Os departamentos de pastoral juvenil das Igrejas Católica, Lusitana, Metodista e Presbiteriana, com a colaboração de outras Igrejas, prepararam uma Vigília Ecuménica que se realizou na noite do dia 19 de Janeiro na Catedral de S. Paulo, da Igreja Lusitana, em Lisboa. Estiveram presidentes hierarcas de diversas Igrejas cristãs e mais de 2 centenas de jovens (e menos jovens).
O exemplo da Índia
Este ano, a proposta de reflexão e celebração foi construída na Índia por estudantes universitários cristãos que vivem o ecumenismo e, ao mesmo tempo, combatem o regime de castas que exclui os mais pobres.
A pergunta do profeta Miqueias ‘o que Deus espera de nós?’ é o tema, todo ele construído sobre o símbolo do caminho, valorizado por um momento em que a Assembleia se deslocou em diversas direções, de velas acesas, enquanto apresentava pedidos a Deus para que orientasse os cristãos pelo caminho da unidade.
Tudo começou pela apresentação da situação dos cristãos na Índia, muitos deles vitimados pelo sistema social das castas e muitos deles perseguidos por fundamentalistas hindus e muçulmanos.
Corrente humana
O primeiro grande gesto simbólico foi a construção de uma corrente humana: cada um colocou a mão esquerda no ombro da pessoa ao lado, enquanto se escutava um texto com louvor e preces, sobretudo a pedir mais reconciliação e unidade.
Momento forte foi o da confissão do pecado. Pediu-se, sobretudo, perdão pelas atitudes constantes de desunião, descriminação e desrespeito pelos direitos humanos.
Testemunhos de coragem
O espaço dedicado a testemunhos de fé começou pelo guião mundial, preparado em conjunto pelo Conselho Pontifício para a Unidade dos Cristãos (católico) e pelo Conselho Ecuménico das Igrejas (protestante e ortodoxo). Lá aparece contada a história heróica de Sarah Digal, cristã indiana, mãe de família que, por ser cristã, foi vítima dos ataques de extremistas hindus. O segundo testemunho foi apresentado pelo P. Tony Neves que contou diversos exemplos de intervenção ecuménica no Huambo, durante a guerra civil de Angola. Durante as batalhas que arrasaram o Huambo, membros de diversas Igrejas aliaram-se para apoiar os feridos de guerra no hospital, para denunciar violações dos direitos humanos, para distribuir ajuda humanitária às vítimas, para rezar pela paz em Angola.
A Missão continua…
A luz foi outro dos símbolos valorizados, pois traduz a presença de Cristo ressuscitado. Foi neste contexto que, numa só voz, a assembleia plural professou a Fé através do Credo Apostólico.
Tudo terminou em festa, com a confraternização à volta de um chá, bolos e dois dedos de conversa.
DESTAQUE:
“O objetivo é que ‘haja um só rebanho e um só Pastor'”.
Arminda Camati