O Papa Francisco disse hoje que o Sínodo dos Bispos 2018 é “para todos os jovens” mesmo os “agnósticos” ou que têm uma “uma fé menos consolidada” por eles são os protagonistas e a “Igreja precisa desta primavera”.

“O Sínodo do qual nenhum jovem deve sentir-se excluído. Fazemos o sínodo para os jovens católicos, para os jovens que pertencem a associações católicas. Não! O sínodo é para todos os jovens. Os jovens são os protagonistas. Mas também os jovens que se sentem agnósticos? Sim! Também os que têm uma fé menos consolidada? Sim, e também os que estão mais afastados da Igreja. Sim. Os que se sentem ateus, sim”, afirmou na vigília de oração, na Basílica de Santa Maria Maior.

Esta iniciativa foi o primeiro encontro do Papa com os jovens na preparação para a 15.ª Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, sobre o tema ‘Os jovens, a fé e o discernimento vocacional’, que se vai realizar em outubro de 2018, e da Jornada Mundial da Juventude em janeiro do ano seguinte.

“Esta noite, tem um duplo início de caminho rumo ao Sínodo que tem um tema longo, jovens, fé, discernimento vocacional, digamos o Sínodo dos jovens”, começou por dizer Francisco que agradeceu a presença dos jovens, acrescentando é também “o início” do caminho até ao Panamá.

O pontífice argentino destacou que é necessário escutar o que os jovens têm a dizer à Igreja e à sociedade.

“O que pensam, o que sentem, o que querem, o que criticam, o que lamentam, de que coisas se arrependem”, exemplificou sobre o que é preciso estar atento e escutar porque a Igreja “precisa desta primavera, que é a estação dos jovens”.

“Os jovens têm algo a dizer aos adultos, aos padres, aos bispos e ao Papa. Todos temos necessidade de escutá-los”, sublinhou.

Para o Papa Francisco, o Sínodo dos Bispos em 2018 não vai ser “uma amena cavaqueira ou um circo, uma festa e depois adeus”.

“Não! O que se quer é algo concreto, a vida pede coisas concretas, e a concretude é a vossa vocação”, realçou, pedindo aos jovens que sigam em frente, “lado a lado”, com os olhos no futuro e façam o caminho para o Sínodo “sem medo, com coragem”.

A vigília de oração deste sábado realizou-se na véspera do Domingo de Ramos, quando as dioceses já celebram a 32.ª edição da Jornada Mundial da Juventude 2017. Até ao próximo encontro mundial de jovens em janeiro de 2019 no Panamá o itinerário é inspirado em Maria.

Na Basílica de Santa Maria Maior, em Roma, o Papa relembrou que Nossa Senhora quando soube da notícia “da gravidez da sua prima Isabel saiu rapidamente ao encontro dela”, relembrando que em Cracóvia alertou para os jovens de sofá, reformados.

“O mundo de hoje precisa de jovens ativos, dinâmicos, que sintam que a vida é uma vocação, uma experiência em caminho. O mundo só poderá mudar com jovens assim”, assinalou, lamentando o drama dos jovens “descartados, sem trabalho, sem ideais” a cumprir.

“Falta educação, falta integração, tantos precisam de fugir, emigrar para outras terras. É duro dizer, mas os jovens de hoje são frequentemente material descartável. Nós não podemos tolerar isto, por isso é que vamos fazer este sínodo”, desenvolveu e desafiou os jovens a arriscar.

O Papa argentino relembrou também a importância das gerações mais novas manterem o contacto e a ligação com as mais velhas, afinal “os jovens têm uma missão, de falar com os avós”.

“Hoje mais do que nunca temos necessidade desta ponte, deste diálogo, entre os idosos e os jovens, ajudá-los a sonhar, transformar o sonho dos nossos avós em profecia. É a tarefa que a Igreja vos dá. Não sei se estarei no Panamá em 2018, mas o Papa que lá estiver vai-vos perguntar isso”, afirmou, sobre uma indicação que já tinha dado na JMJ 2016, em Cracóvia.

Na vigília, Francisco esteve com jovens da Diocese de Roma e de outras dioceses da região da Lázio e responsáveis juvenis que participaram no fórum internacional ‘De Cracóvia ao Panamá. O Sínodo a caminho com os jovens’, organizado pelo Dicastério para os Leigos, Família e Vida (Santa Sé).

Antes do Papa, os presentes ouviram o testemunho de uma freira com 30 anos da Congregação das Irmãs Franciscanas Alcantarinas, de um jovem com 23 anos.

A Cruz do JMJ e o ícone de Nossa Senhora Salus Populi Romani estiveram no encontro e este domingo vão ser entregues aos jovens do Panamá pelos polacos.

 

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