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Na opinião de Dalai Lama, o encontro de Assis “simbolizava a solidariedade e um compromisso com a paz demonstrado por todos os que participaram”. Ao mencionar o evento, João Paulo II afirmou que a sintonia de sentimentos que ali ocorreu provocou a vibração das “cordas mais profundas do espírito humano”.

A singularidade do evento. A importância e novidade do evento de Assis foi expressa de forma significativa tanto pelos participantes como pelos observadores e analistas. Para o cardeal Willebrands, então presidente do Secretariado para a Unidade dos Cristãos, a jornada de Assis significou “o evento ecuménico mais marcante depois do Concílio Vaticano II. A iniciativa de Assis favoreceu o reconhecimento do valor das religiões para o mundo e um efetivo estímulo para a reflexão sobre o tema do diálogo inter-religioso.

Os passos do evento. A Jornada Mundial de Oração pela Paz foi preparada com antecedência, sendo o seu primeiro anúncio oficial realizado por João Paulo II, na homilia de encerramento da semana da unidade, em 25 de janeiro de 1986. Nesta ocasião, o Papa manifestou o desejo de contribuir para o movimento mundial de oração pela paz, e anunciou a ideia de um encontro de oração em favor da paz na cidade símbolo de Assis. O grande objetivo da jornada foi destacado por João Paulo II na mensagem de acolhimento em Santa Maria dos Anjos, no dia 27 de outubro de 1986. Trata-se sobretudo de um “sinal eloquente do compromisso de todos em favor da paz”. O evento vem definido como uma jornada de oração, acompanhada pelo silêncio, a peregrinação e o jejum.

O desafio da paz. A grande finalidade do evento foi de rezar pela paz, de acentuar o valor transcendente da paz, de conjugar todas as vozes para implorar a Deus este dom essencial.

O evento de Assis: um paradigma e um sinal dos tempos. Em sintonia com toda a reflexão teológica contemporânea, o evento de Assis aponta para uma nova sensibilidade, bem como uma nova inteligência da radicalidade cristã, desafiada pelo pluralismo religioso. A diversidade religiosa deixa de ser vista como uma ameaça para a fé cristã, mas a expressão viva da riqueza multiforme do mistério de Deus.

Para aprofundar mais este assunto, sugiro a leitura destes artigos:

  1. Revista Concilium 3/2001;
  2. Entre Damieta e Assis – Passado e o futuro do Espírito de Assis
  3. A atualidade do encontro de Assis
  4. Dossier Encontro de Assis

Bento Oliveira | @ilusaobento

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