O Papa Francisco recebeu em audiência Marcelo Rebelo de Sousa e o comunicado oficial da Santa Sé, divulgado após o encontro, informa que falaram sobre o “debate” da sociedade portuguesa sobre “a dignidade da vida humana”, e destacou que esta foi a primeira viagem ao estrangeiro após a tomada de posse presidencial.
“A satisfação foi expressa quanto às boas relações entre a Santa Sé e Portugal, bem como a contribuição da Igreja para a vida do país, com especial referência para o discussão na sociedade sobre a dignidade da vida humana e da família”, assinala.
E acrescenta que as discussões amigáveis que se seguiram, “houve uma troca de opiniões sobre a situação na Europa e da bacia do mediterrâneo, especialmente a questão sobre migração e outras questões de relevância internacional”.
O comunicado informa ainda que depois do encontro com o Papa Francisco, de 30 minutos, Marcelo Rebelo de Sousa reuniu com o secretário de Estado do Vaticano, o cardeal Pietro Parolin, acompanhado pelo secretário para as Relações com os Estados, D. Paul Richard Gallagher.
Após os encontros, o presidente da República regressou à embaixada portuguesa em Roma e em conferência de imprensa disse que falaram de “inúmeras temáticas”, com interesse para duas partes, e “importantes para a atual situação económica, social e política mundial”, como: “O processo europeu; a situação dos refugiados; a paz do mundo.”
“Em geral, eu diria que o balanço é muito positivo, desta primeira visita efetuada enquanto presidente da República, em que se diz dar um cunho simbólico especial”, assinalou Marcelo Rebelo de Sousa.
“Imperecível foi a audiência com o Santo Padre porque ficou muito patente o modo como acompanha o que se passa em Portugal e o apreço que tem por Portugal e pelos portugueses”, comentou.
O presidente da República ofereceu ao Papa Francisco uma coleção de seis casulas desenhadas e feitas em Portugal e um Registo de Santo António, “um presente pessoal” da sua coleção privada.
Era um presente afetivo, expliquei isso primeiro ao Santo Padre. É uma espécie de ex-voto. Isto é: um crente, ao longo de séculos, pedia uma intercessão e depois agradecia através de uma imagem que emoldurava e era uma gravura do santo votivo ou da imagem de Maria que constituía uma tradição quase artística portuguesa”, explicou.
“Um presente pessoal, personalizado que o Papa entendesse e compreendesse o seu significado”, observou.
Sobre a coleção de seis casulas (paramentos usados pelo sacerdote na Missa) foram desenhadas pelo arquiteto Siza Vieira e “manufaturados por uma empresa portuguesa.
O Papa Francisco ofereceu a Marcelo Rebelo de Sousa a edição em português da encíclica “A Alegria do Evangelho” e do documento do Papa sobre “o cuidado da casa comum”, a carta encíclica “Laudato sí” e como acontece, habitualmente, com os chefes de Estado ofereceu ainda um medalhão do seu pontificado com dois ramos de oliveira entrelaçados, símbolo da paz.
(Com Agência Ecclesia e fotografias da Agência LUSA)