Em comunicado enviado à Agência ECCLESIA, a organização laboral contesta “os cortes que se estão a realizar no setor” e declara-se “corresponsável e solidária para com as novas gerações”.

Para cumprir as metas traçadas pelo Fundo Monetário Internacional, Banco Central Europeu e Comissão Europeia para reduzir o défice público, o Governo português liderado por Pedro Passos Coelho está a aplicar este ano o maior corte de sempre, no orçamento previsto para o Ministério da Educação e Ciência.

No total, foram retirados mais de 1,5 mil milhões de euros, com a austeridade a fazer-se sentir sobretudo ao nível dos apoios concedidos a alunos e professores.

De acordo com a JOC, os mais novos “estão a perder a possibilidade de se formarem devidamente”, muito por culpa de uma ordem social que ameaça transformar “pessoas” e “educação” em “objetos mercantilizáveis”.

“O aumento dos custos do ensino está a criar desigualdades no acesso à formação e consequentemente à integração dos mais novos no mercado de trabalho”, acrescenta.

A JOC considera que “a educação deve ser posta no centro da sociedade” e defende por isso “um pacto de Estado que não permita mudar continuamente as leis, em função do governo em exercício”.

Recentemente, os responsáveis do secretariado nacional da JOC estiveram reunidos em Turim (Itália) com congéneres vindos de diversos países da Europa.

Em cima da mesa, entre 1 e 4 de junho, esteve a relação dos jovens com a educação e o mundo laboral e, durante os trabalhos de reflexão, sobressaíram estatísticas que apontam para a existência de uma taxa de desemprego juvenil de 35% em Portugal e de 52% em Espanha.

“Como se não bastasse”, lamenta o movimento operário católico, “a formação promovida pelo sistema educativo não é compatível, na maioria das vezes, com o mercado de trabalho, o que está a causar uma crescente taxa de emigração juvenil”.

De acordo com a JOC portuguesa, está também “a aumentar o número de jovens que nem estudam nem trabalham”, uma categoria “conhecida como ‘geração Nem-Nem’ e “que em Itália já chega aos 22%”.

O “reduzido investimento” concedido para a “formação continua” dos jovens e a excessiva focalização dos programas educativos em matérias científico-tecnológicas – descurando áreas que apontem para a “educação plena da pessoa humana” – são outras criticas deixadas pelo secretariado nacional da JOC.

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