Missa Campal no Seminário Maior assinalou o primeiro domingo da peregrinação que vai decorrer até ao dia 18 de agosto

Foto SNPJ CEAST

A Cruz da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) e o Ícone de Maria que a acompanha, passaram desde hoje, 11 de Julho, à Igreja de Nossa Senhora de Fátima, entregues simbolicamente pelo Secretariado Nacional da Pastoral Juvenil da Conferência Episcopal angolana aos jovens da Arquidiocese de Luanda, depois de uma missa campal de acolhimento, no Seminário Maior do Sagrado Coração de Jesus, em Luanda.

Com efeito, desde hoje até 15 de Julho e de 04 de Agosto até à data de regresso a Portugal, os Símbolos da JMJ estão confiados à tutela e proteção do Secretariado Arquidiocesano da Juventude de Luanda.

Dom Belmiro Cuica Chissengueti, Bispo de Cabinda e presidente da Comissão Episcopal da Juventude, Vocações, Pastoral Universitária e Escutismo celebrou a missa, perante várias centenas de jovens idos de paróquias de Luanda e das dioceses vizinhas de Viana e Caxito, que apareceram para vivenciarem de perto o toque sensível da fé, através do madeiro e da réplica do Ícone de Nossa Senhora ‘Maria Salus Populi Romani’.

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Fez notar ser esta uma grande oportunidade que se abre aos jovens de Angola para olhar, tocar e contemplar estes elementos que peregrinam por terras angolanas, à imitação da caminhada espiritual de Maria, a primeira cristã que acreditou em tudo quanto lhe foi dito da parte do Senhor Deus.

Destacando a estreita ligação de Angola com a Igreja de Portugal, Dom Belmiro Chissengueti recordou que foi por meio de Portugal e de missionários portugueses que Angola recebeu a fé cristã. “Mais de 500 anos depois, continuamos unidos nestes mesmos laços de fé, que superam o tempo e a história e que têm tido como consequência, não só a vinda de missionários portugueses ao nosso país e que, aos milhares, espalharam aqui a Boa Nova do Evangelho, mas também como resposta agradecida de quem acreditou e quer comunicar, temos muitos missionários angolanos a ajudar na evangelização de Portugal”, disse.

A peregrinação em Angola dos Símbolos da JMJ, representa, na óptica do prelado, o convite aos jovens de Angola, pela oração e sua presença, a estarem presentes na JMJ Lisboa 2023. “Angola tem sido a delegação africana mais numerosa nas últimas jornadas. Temos aqui uma grande família de frequentadores das Jornadas. Lisboa para nós está a dois passos e mesmo no meio da crise, queremos ser parte ativa da próxima Jornada Mundial”, disse Dom Belmiro.

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Depois de uma peregrinação em mais de 90 países, receber os símbolos em Angola, não sendo um acontecimento fortuito do acaso, diz o bispo, é uma oportunidade consciente de graça e de crescimento espiritual, sendo por isso grande, a responsabilidade e a alegria por estarem entre em Angola.

Num contexto de diversas limitações impostas pela conjuntura atual, os símbolos vão passar pelas dioceses que realizaram as primeira e segunda Jornadas da Juventude da Igreja católica angolana, nomeadamente o Huambo e Luanda, Caxito e  Viana, bem como Benguela, a diocese que vai acolher a próxima Jornada da Juventude.

Ao traçar o itinerário básico escolhido para a peregrinação dos Símbolos em território angolano, o Bispo Belmiro Chissengueti sublinhou que, de trânsito para Luanda, antes de deixarem o país, a Cruz de Cristo e ícone de Nossa Senhora com o Menino Jesus ao colo passarão pela Diocese do Sumbe (província do Cuanza-sul) e muito provavelmente irão às dioceses do Cuito (Bié) e Menongue (Cuando-Cubango).

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“Não podendo estar em todas as dioceses, fica o convite a todos os jovens que o possam fazer, para que, com pequenas delegações se aproximem e se juntem aos momentos de celebração que se realizarão nos lugares onde passarão os Símbolos. E neste aspeto, há que sublinhar a iniciativa da Arquidiocese do Lubango, cujos jovens, com o seu bispo, farão a peregrinação a Benguela, no dia 19 de Julho”, revelou o prelado, na missa que contou com a presença da ministra angolana da Juventude e Desportos, Ana Paula do Sacramento Neto e do Chefe Nacional da Associação dos Escuteiros de Angola, Kikas Machado.

Na missa em que também estiveram vários concelebrantes, com destaque para o padre Filipe Diniz, do Comité Organizador da JMJ Lisboa 2023, os jovens de Luanda foram instados a rezar sem perder a paciência nem a esperança de viver, pedindo pelo fim da pandemia e  da crise social e económica que há mais de 7 anos assolam Angola, numa conjuntura agravada pelo desemprego desenfreado da juventude.

O prelado terminou a sua homilia dizendo que na peregrinação dos Símbolos da JMJ por terras angolanas abre mais uma oportunidade para a renovação da fé e do compromisso missionário de cada cristão e chamou os fiéis a serem homens e mulheres, cidadãos e patriotas que tenham a consciência do bem comum  e ajudem na melhoria da condição de vida de todos e que juntos, com a força do Evangelho, lutem contra a gangrena da corrupção, o grande mal que ameaça o nosso tempo e a nossa história.

Tudo acontece numa altura em que a Igreja Católica em Angola se prepara para realizar, em todas as suas dioceses, entre 13 e 15 de Agosto, as respetivas Jornadas da Juventude, bem como a abertura, na Diocese de Benguela, da III Jornada da Juventude Ombaka 2022, em Agosto do próximo ano.

Alexandre Cose
Coordenação de Escuteiros Católicos de Angola

Fontes: JMJ Lisboa 2023 e Agência Ecclesia

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