Relatio – Circulus Lusitanus
Moderator: Em.mo Card. DE AVIZ João Braz
Relator: S.E. Mons. DA SILVA MENDES, S.D.B., Joaquim Augusto

O círculo identificou o tema das “escolhas de vida” como um “fio condutor” que deve estar presente transversalmente em todo o documento.

Reconheceu também a necessidade de ter muito presente a grande variedade de contextos em que os jovens se encontram (“juventudes” e não um só tipo de “juventude”). Apareceu fortemente também a necessidade de “ir ao encontro dos jovens onde eles se encontram”, ou seja, nos diferentes ambientes que frequentam.

Em particular comentamos o contexto universitário, como espaço de evangelização dos jovens pelos próprios jovens e professores cristãos.

Neste sentido, faz-se necessário um processo de iniciação cristã que conduza ao encontro pessoal com Jesus Cristo, consolide a identidade cristã, o sentido de pertença à Igreja e o compromisso missionário.

Outro espaço fundamental a considerar é o ambiente digital, parte intrínseca da cultura juvenil, na qual o mundo digital e o presencial convivem simultaneamente. A Igreja precisa estar presente neste ambiente por meio dos próprios jovens. Finalmente elencamos também aspectos da dimensão positiva deste ambiente digital, que nos parece pouco acentuada no Instrumentum Laboris.

Sublinhamos o papel fundamental da família na vida dos jovens e a crise de identidade das funções do pai e da mãe. Reconhecemos que, muitas vezes, a Igreja oferece aos jovens experiências de família, de paternidade e de maternidade.

Constatamos também a predominância da presença feminina nos ambientes eclesiais e o grande crescimento das seitas em nossos países.

Consideramos que o capítulo IV, relativo aos “desafios antropológicos e culturais” precisaria ser mais claro e mais sintético.

Parece-nos importante reforçar a preocupação da Igreja com as realidades indígenas, afrodescendentes ou outras minorias locais.

Relativamente ao capítulo V constatou-se, no texto, certa acentuação negativa da ação das Conferências Episcopais em relação aos jovens. Diante disso, sublinhou-se o grande empenho de muitas delas a esse respeito.

Comentou-se, por exemplo, o valor das jornadas mundiais, nacionais e diocesanas da juventude, que colocam o jovem ao centro da ação eclesial.

Observou-se que nem todas as propostas nacionais e diocesanas de trabalho com os jovens têm ressonância nas comunidades paroquiais.

Foi referido também a importância de espaços físicos nas paróquias para os jovens para encontros, convivências e a prática de atividades culturais, recreativas e desportivas.

Constatamos que, em alguns contextos, a Igreja tem dificuldade de transmitir corretamente aos jovens a visão antropológica cristã do corpo e da sexualidade. Há boas práticas de diálogo com os jovens e formação neste campo que podem ser melhor compartilhadas.

Debateu-se também sobre a relação dos jovens com a liturgia. Em alguns lugares há um desejo de uma maior participação e envolvimento, enquanto em outros se constata que isso já acontece.

Em relação aos jovens na vida consagrada, foi referido o empenho na renovação, especialmente em quatro aspectos: a formação, a relação autoridade-obediência, a relação de complementariedade entre homens e mulheres, e a administração e uso dos bens.

Comentamos que seria uma ajuda saber de que Conferências Episcopais vêm as observações mencionadas no Instrumentum Laboris.

Em alguns momentos, foram feitas observações sobre certos termos e algumas traduções utilizadas no documento.

O círculo aprovou 20 módulos coletivos entregues à Secretaria do Sínodo.

Agradecemos que, pela primeira vez, o português – língua falada por cerca 350 milhões de pessoas – tenha sido incluído como língua oficial do Sínodo. E solicitamos que, daqui para frente, este bom costume permaneça.

[Relatório do site da Santa Sé]

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