Relatio – Circulus Lusitanus
Moderator: Em.mo Card. DE AVIZ João Braz
Relator: S.E. Mons. DA SILVA MENDES, S.D.B., Joaquim Augusto
Escolher: Percursos de conversão pastoral e missionária
Nos percursos de conversão pastoral e missionária, o Círculo acentuou os seguintes aspectos:
1 – A necessidade de uma mudança de mentalidade e de atitude, que nos coloque à escuta do que o Espírito semeia no coração da juventude e leve a assumir o diálogo como estilo e como método.
2 – A importância da comunhão como força para a transformação das estruturas de modo a responder aos desafios da juventude.
3 – Constatamos que a mudança de época e a globalização, além dos efeitos positivos, está a gerar também uma sociedade de feridos que nos desafia a resgatar o profetismo, em ordem a promover uma Igreja e uma sociedade inclusivas, de modo que ninguém fique de fora.
4 – Algumas dimensões deste profetismo são também a solidariedade com os mais necessitados e o cuidado da casa comum.
5 – Em relação ao mundo digital os jovens devem ser motivados a ser protagonistas na evangelização e não somente destinatários da Igreja, pois são aqueles que melhor podem inculturar o Evangelho nesse ambiente.
6 – Concordamos também que é importante valorizar e estimular as muitas experiências de missão juvenil.
7 – Considerou-se também que as várias expressões da piedade popular (por exemplo, peregrinações e santuários) atraem os jovens e são expressão de adesão a Deus, apesar de, às vezes, os jovens precisarem fazer ainda um caminho de descoberta da doutrina e da moral cristãs, devendo ser acompanhados com caridade pastoral, porque a piedade popular “é um modo legítimo de viver a fé” (EG 124) e tem uma grande “força evangelizadora” (EG 122).
8 – Sublinhou-se a importância de considerar o acompanhamento juvenil como um verdadeiro processo de iniciação à fé cristã e à vida eclesial.
9 – A Igreja é chamada a ajudar os jovens a terem uma visão integral da vocação, que leve em conta as dimensões humana, comunitária, espiritual, pastoral e social.
10 – Levantou-se a dúvida sobre a expressão “pastoral juvenil vocacional” (n. 206), constatando-se que o termo “vocação” é suscetível de algumas reservas por parte dos jovens. É preferível falar de uma pastoral juvenil que tenha implicação vocacional. Por outro lado, verificamos também que o Instrumentum laboris não fala tão explicitamente da pastoral vocacional. Neste contexto acentuou-se a necessidade de não descurar a promoção de uma cultura vocacional, com especial atenção à vocação especificamente religiosa e sacerdotal.
11 – Comentou-se amplamente a necessidade de integração e comunhão de todas as forças eclesiais que trabalham com juventude – grupos, congregações, movimentos, associações, escolas e novas comunidades – e a exigência de estruturas paroquiais, diocesanas e nacionais que favoreçam o diálogo e a missão.
12 – Sublinhou-se a necessidade de fazer escolhas corajosas em ordem à renovação da Pastoral Juvenil, investindo nela recursos humanos e materiais.
13 – Debateu-se a necessidade de haver pessoas com dedicação exclusiva à pastoral juvenil.
14 – Recordou-se, mais uma vez, que o acompanhamento é um tema chave, merecendo uma atenção especial o cuidado e a formação dos acompanhadores.
15 – A nível de Igreja universal existe um Dicastério que acompanha a pastoral juvenil. Não obstante seria oportuno a criação de um “conselho” ou “observatório” mundial da juventude.
16 – Sentimos que o Sínodo é uma oportunidade de manifestar a opção preferencial pelos jovens, traduzida em escolhas concretas e corajosas a nível paroquial, diocesano, nacional e internacional.
17 – Mencionou-se a importância de um maior diálogo e colaboração entre os diferentes organismos da Cúria romana que, de alguma maneira, têm relação com o mundo juvenil.
18 – O círculo debateu, elaborou e aprovou 25 módulos, com os seguintes temas: Leitura orante da Palavra; opção preferencial pelos jovens; compromisso dos jovens com as propostas do Sínodo; rede de apoio à pastoral juvenil; atenção aos ambientes; habitar o mundo digital; jovens portadores de deficiência; jovens reclusos; dependências e outras fragilidades; organização paroquial; formação dos seminaristas; opções corajosas do Sínodo; experiências missionárias juvenis; espaços para os jovens nas paróquias; cidadania ativa; cuidado da casa comum; jovens na universidade; desporto e lazer; atenção pastoral aos jovens de orientação homossexual; empreendedorismo juvenil; estruturas de comunhão da pastoral juvenil; jovens e piedade popular; Maria e os jovens; observatório de juventude.
[Relatório do site da Santa Sé]