Relembrando as palavras de António Pinto Leite, presidente da Associação, “Deus não nos dará descanso, nem físico nem espiritual, enquanto a economia e as empresas não se confrontarem com o Amor”.

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O congresso foi rico em reflexões sobre a forma de viver o amor ao próximo no âmbito da empresa. Ao longo de cinco painéis de debate, o tema foi sendo aprofundado, de perspetivas que tiveram tanto de novas como de desafiadoras, em espaços tão diversos como O Valor Económico do Amor; O Amor como critério de gestão – mercado, comunidade, acionistas, colaboradores; Amar o próximo: um desafio pessoal também para o empresário.

Entre os oradores estiveram inúmeros empresários/gestores de grandes empresas. Na cerimónia de abertura foi também possível ouvir D. José Policarpo e o Primeiro-ministro Pedro Passos Coelho.

Entre as perguntas levantadas durante este evento, realço as seguintes: Quanto vale uma organização em que os colaboradores acreditam ser amados? Quanto vale uma empresa de voluntários? Quanto vale uma empresa de pessoas felizes? Quanto vale um trabalhador em harmonia com a sua dimensão familiar? Quanto vale em sustentabilidade, em retenção de talento, em gestão da mudança, em inovação, em «commitment», em «extra mile», em alinhamento? Quanto vale em quebra de absentismo e em produtividade?

Quanto vale o amor como pesticida contra o egoísmo, a vaidade, o despique interno, a ganância, a tensão entre pessoas que devora estupidamente energias caríssimas?

Quanto vale a confiança nos negócios? Quanto vale um cliente ou um fornecedor que acredita que será sempre tratado pela outra empresa como ela cuidaria de si mesma? Quanto vale em relações comerciais recorrentes, em planeamento estratégico, em eficiência, em gestão da marca? Quanto vale um parceiro no lugar de um cliente ou de um fornecedor?

Em muitos momentos foi possível aos participantes interpelarem os oradores. Ouviram-se testemunhos de pessoas que têm oportunidade de exercer diariamente essa missão de gestão/liderança a que se sentem chamados por Deus. Seres humanos que têm conseguido conciliar a realidade profissional e pessoal/familiar o melhor que podem e sabem.

Muitos dos presentes falarão nas suas empresas sobre ética, bem comum, respeito, dignidade/dignificação dos colaboradores, responsabilidade social. Alguns (menos) falarão de amor. Vários admitiram querer experimentar o amor de Deus no mundo dos negócios.

Estes gestores e empresários estão onde sempre achei que devem estar cristãos dedicados e esclarecidos. Não lhes resta, por isso, outro caminho, senão a dedicação e o esclarecimento da sua fé, refletindo acerca da forma mais correta e justa de aplicá-la numa empresa onde o cristianismo não faz parte da agenda de trabalhos. Com a ajuda da ACEGE têm o caminho facilitado.

Em www.ver.pt é possível encontrar artigos exaustivos sobre os vários discursos/painéis.

Concluo esta crónica relembrando uma frase do presidente da ACEGE, lida no discurso de abertura do Congresso e que muito me tocou: “ter fé não é resolver um mistério, é fazer parte de um mistério. Não ter fé não é resolver um mistério, é fazer parte de outro mistério. Por isso, a vocação central dos homens de boa vontade deve ser o acolhimento recíproco e a compreensão de que o amor é o ponto de encontro que a todos permite contribuir para o bem comum, caminhando cada um no silêncio do seu mistério.”

Sónia Neves Oliveira | Gestora Empresarial
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