Assim fizeram e apanharam uma grande quantidade de peixe. As redes estavam a romper-se, e eles fizeram sinal aos companheiros que estavam no outro barco, para que os viessem ajudar. Vieram e encheram os dois barcos, a ponto de se irem afundando… (Lc 5, 1-7)
Vivemos numa igreja de comunhão para a Missão, de sinodalidade, onde todos somos necessários e corresponsáveis, uma Igreja que sabe potenciar e equilibrar as quatro dimensões que a constituem: Comunhão-comunidade, Anúncio, Celebração e Compromisso de caridade.
Quem somos hoje? As redes digitais deixaram de ser mero meio de comunicação para se converter em cenário de vida, um lugar de encontro, uma linguagem, um modo de relacionar-se, um espaço que nos vincula, que abre possibilidades e também desafios. Sem dúvida que o nosso mundo “hiperconectado” nada tem a ver com a cultura e a sociedade da época de Jesus. Como fala hoje Jesus à multidão? Que fariam Paulo e os primeiros Missionários?
Produto das novas tecnologias, que modificam a linguagem e também as relações sociais e o modo de gerir espaço e tempo e, a compreensão da mesma realidade surge «uma nova “ágora”, uma praça pública onde as pessoas partilham ideias, informações, opiniões e de onde nascem novas relações e formas de comunidade»(Bento XVI). A Igreja sente a necessidade de estar presente no “ciberespaço” para evangelizar este novo território, trata-se de evangelizar na internet e não tanto de “usar” a internet para evangelizar, a internet é um “lugar” não é um meio! É necessário ajudar a criar uma cultura de participação e de colaboração, de respeito, de comunhão, onde não falte o convite claro ao encontro, e havemos de ser ousados nas propostas e no convite à participação. Mas, como em todas as realidades humanas, faz falta uma reflexão sobre as implicações que tem e sobre os aspetos positivos e negativos que giram ao seu redor.
Neste caminho de Nova Evangelização, cumpre-nos refletir com lucidez, sobre esta mudança antropológica e cultural e (re)definir a Missão @dgentes neste “novo continente digital”, sem esquecer que a igreja continua a anunciar, hoje como outrora, uma Pessoa, um modo de pensar a vida e a viver, baseada na capacidade e vontade de amar, em que o verdadeiro “campus-fidei” é o coração de cada um.
Os jovens são muito caros nesta missão evangelizadora da Igreja, e as redes sociais são os lugares privilegiados das novas gerações. Os jovens vivem uma relação quase de “simbiose” com as tecnologias digitais, por isso falar com os jovens hoje, implica encontrar-se com eles lá, (mas não só) onde eles estão, onde eles se movem bem, neste grade processo de comunicação.
Como partilhar a Fé?
Repartamos de Cristo, a chave da Missão e Evangelização é o testemunho, porque a nossa força é a graça (“sem mim nada podeis fazer”); somos um povo|comunidade, tal como o testemunho pessoal é importante o testemunho e ação comunitária; em tudo a Caridade, (“pode acabar a fé, pode acabar a esperança mas a caridade jamais acabará”); abertos a todos, não só aqueles que a acolhem com bom grado mas também àqueles que a desconhecem; buscando dar fruto e não o êxito pessoal; do virtual ao presencial rasgando as fronteiras do virtual, abrindo horizontes que promovam o encontro no mundo presencial; sempre discípulos sempre a aprender, na busca de novas linguagens que possam interpelar o coração de cada um, vivendo a Missão com Alegria, entusiasmo sem nunca nos cansarmos, para isso, precisamos uma vivência responsável do compromisso da fé baseada na formação permanente.
Desloquemo-nos às periferias, recuperemos a experiência espiritual na Igreja, ajudemos os jovens a encontrar-se com Deus e a deixar-se tocar por Ele.
As diferentes áreas da cultura, da economia, da família, da bioética e outros campos, alargam horizontes à missão e colocam novos desafios, exigem novas respostas, coragem e alegria para propor o encontro com Cristo, no respeito pela liberdade de cada pessoa.
Lancemos as redes… Duc in altum!