voo-diretor-dezembro-2012

O tempo que o relógio marca e cada instante que passa, frui, designaram-no os gregos de Kronos. Mas o mesmo tempo que preside à história dos homens foi bafejado com o sopro de Deus em períodos de tempo bem concretos da História.
São tempos oportunos de reconciliação e esperança.
Deus veio, vem e continua a vir, para nos reconciliar consigo, uns com os outros e connosco mesmo.
Por isso, este é o tempo, por excelência que nos convida à confiança e ao abandono na Esperança.

Eis que a liturgia da solenidade do Natal nos reconduz ao dinamismo fundamental da Fé cristã: o desejo de se encontrar plenamente com Deus, em Jesus Cristo.
A Esperança é a virtude espontânea do Advento e aquela que melhor resume os mais profundos sentimentos de toda a Igreja.

A Esperança é o segredo que nos faz sair de nós, criar e recriar, crer!
Por causa da esperança o comum não nos esvazia, nem o inesperado nos trava; o difícil é olhado com coragem e o tempo feliz vivido com humildade. A esperança é a palavra que traz dentro a Confiança.

Uma Esperança alicerçada na fé-confiança, na bondade de Deus nosso Pai, como nos diz o profeta Isaías: “Vós Senhor sois Nosso Pai! Nosso Redentor é, desde sempre o Vosso nome”. Esperança que nos faz desejar uma maior intimidade com Deus e mais profunda identificação com Jesus Cristo. Era já esse o desejo do Profeta: “Oh! Se rasgásseis os Céus e descêsseis, ante a vossa face ruiriam os montes”.
“Qual de nós não teve já esse sentimento: se Deus manifestasse mais o poder do Seu amor, o mundo seria transformado?
E, no entanto, Deus já rasgou os Céus, encarnado no seio de uma Virgem e exprimindo na loucura de um gesto humano de amor, o dom da própria Vida, o infinito Amor de Deus por nós.
Cristo Vivo na Sua Igreja é o fundamento da nossa Esperança.
O Encontro com a santidade de Deus, expressão máxima da Sua transcendência, é possível a todos em Cristo Ressuscitado.
Ser Seu discípulo é segui-l’O nesse caminho que nos leva à Vida; mergulhar n’Ele é experimentar a santidade; anunciá-l’O é algo que devemos a todos os homens, nossos irmãos; percorrer esse caminho em Igreja, abandonando-se à sua fecundidade sacramental, é exigência da nossa fidelidade. Deus já rasgou os Céus, na simplicidade de um recém-nascido, na dramaticidade da morte na Cruz, na surpresa jubilosa da vida que vence a morte.
Resta-nos ir ao Seu encontro, mergulhar no Seu amor, deixar-se transformar pela vida que nos é dada, e o mundo será transformado” como sublinha D. José Policarpo.
Deixemo-nos invadir pela Esperança e pela Alegria…

Boas Festas, a cujo nascimento deu sentido de alegria e felicidade, o Natal do Homem-Deus, a criança de Belém.

P. Eduardo Novo | diretor DNPJ

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