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O Oitavário de Oração pela unidade dos cristãos relembra “O que Deus espera de nós…” (1Cor 15,51-58) e mostra-nos o belo quadro de Jesus com os Apóstolos quando lhes pede a consagração na verdade, para continuarem a missão d’Ele, rezando depois pela Igreja, pedindo a unidade de todos os cristãos: «Que eles sejam todos um, como Tu, Pai, o és em Mim e Eu em Ti» (Jo 17, 21). Assim a Igreja continua a missão de Cristo, uma Igreja, que apesar de todas as fragilidades humanas que pertencem à sua fisionomia histórica, se revela uma maravilhosa criação de amor, feita para aproximar Cristo de cada homem e mulher que queira verdadeiramente encontrá-l’O.

Uma Igreja cheia de impulso missionário que quer contar sobretudo com os jovens, nas palavras do Papa Bento XVI: “Jovens amigos […], testemunhai a alegria desta sua [de Jesus Cristo] presença forte e suave, a todos, a começar pelos da vossa idade. Dizei-lhes que é belo ser amigo de Jesus e que vale a pena segui-l’O”. E são os jovens de hoje, como o de todos os tempos, que melhor saberão responder a este apelo missionário, bem como ao desafio à unidade da mesma Fé em Cristo. Os jovens cristão portugueses, reunidos no XIV Fórum Ecuménico Jovem no Porto, num mesmo compromisso e animados pela mesma esperança, redigiram a carta da Esperança onde afirmamos: “Somos chamados à comunhão, e queremos viver na esperança de um dia superarmos as divisões que ainda existem entre nós. Somos chamados à missão, pois temos a esperança de anunciar juntos, de forma credível, pela palavra e pela ação, a mensagem do Evangelho(…)Somos chamados a gritar bem alto a nossa esperança porque, mesmo em tempo de crise profunda, quem a Deus tem nada lhe falta, pois só Ele basta” .

De braços abertos, é o próprio Cristo, o Redentor a convidar-nos à Esperança e a olhar a vida como vocação, para a poder viver como dom do amor de Deus. É Ele que nos convida a viver a Alegria de ser Cristão e a transmiti-la aos outros, e é essa a força e a beleza da fé.

Do mesmo modo, a beleza da fé revela-se por meio de vidas belas de homens e mulheres cheios de Deus, que vivem a radicalidade evangélica e que amorosamente a assumem como dom e compromisso, os consagrados.

Na celebração litúrgica da Apresentação de Jesus no Templo, a 2 de Fevereiro, é vivido em toda a Igreja o Dia do Consagrado trazendo à memória a bela passagem do evangelho de S. Lucas “Simeão tomou-o nos braços e bendisse a Deus, dizendo: «Agora, Senhor, segundo a tua palavra, deixarás ir em paz o teu servo, porque meus olhos viram a Salvação que ofereceste a todos os povos, Luz para se revelar às nações e glória de Israel, teu povo”. Com Simeão e Ana, é toda a expectativa de Israel que vem ao encontro do seu Salvador. Jesus é reconhecido como o Messias tão longamente esperado, “luz das nações” e “glória de Israel”, mas também como “sinal de contradição”. A espada de dor, profetizada a Maria, anuncia essa outra oblação, perfeita e única, da cruz, o Amor na sua expressão máxima que trará a salvação que Deus “preparou diante de todos os povos”». Este anúncio de Simeão sobre a universalidade da salvação em Cristo, constitui certamente uma das melhores formas de encontro com a vocação, o chamamento, o Dom.

Este Menino apresentado no Templo, é para nós os consagrados, exemplo e Caminho da plena disponibilidade à Vontade do Pai, e é nesta data que cantamos a alegria de sermos chamados a segui-l’O e o dom de Lhe pertencermos, e também a proclamar o fascínio de O seguir na radicalidade de vidas dadas a Deus e aos irmãos.

E tu jovem conheces este Dom?

Um Dom para toda a Igreja, que todos devemos conhecer, agradecer e multiplicar.

Ao longo da Semana do Consagrado as comunidades cristãs são assim chamadas, e sobretudo tu jovem, de forma mais clara a perceber o sentido encontrado por aqueles que seguem Cristo e a conhecer a fecundidade e o alcance da missão por eles realizada “a missão faz parte da sua identidade em todos os seus carismas, com tons e cores diferentes, mas unindo e recebendo de Cristo a beleza que espelha, a luz que reflete, a palavra que anuncia, a esperança que semeia e o amor que reparte”. Ao mesmo tempo os consagrados são convidados a revisitar, nesta Semana, com renovada alegria, os fundamentos da sua consagração vivida no seguimento de Jesus, por amor do Reino, a total entrega nas mãos do Pai, ao serviço do projeto de salvação de Deus para os homens e para o mundo.

Vidas feitas Dom!

P. Eduardo Novo

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