O Conselho Nacional de Pastoral Juvenil, realizado em Aveiro, nos dias 31 de janeiro e 1 de Fevereiro, com o tema “Há todo um mar de desafios”, contou com 80 participantes representantes de 35 organizações juvenis – secretariados diocesanos, movimentos, congregações, associações e convidados.

Neste encontro, refletimos sobre os desafios pastorais atuais num mundo marcado por rápidas transformações sociais e culturais. Ouvimos testemunhos inspiradores, partilhámos experiências e renovámos a nossa missão de construir comunidades onde os jovens se sintam acolhidos, valorizados, protagonistas e motivados a assumir o seu papel na sociedade e na Igreja.

Destacamos as seguintes conclusões:

1. Estamos Todos? Pastoral Juvenil e a inclusão – agir com e para todos

A partir do livro “Estamos Todos? – Manual de Apoio a Animadores e Catequistas para a inclusão de pessoas com deficiência” apresentado pela Joana Morais e Castro, membro do Serviço Nacional das Pessoas com Deficiência, e com os testemunhos do Pe. Tiago Varanda, pessoa com deficiência visual, Miguel Neves, jovem com trissomia 21 e do seu Pai, Ilídio Neves, levou-nos a refletir sobre esta questão – Estamos Todos? – que nos deve acompanhar sempre e ajudar a estarmos alerta para que ninguém fique para trás. A deficiência ou incapacidade não podem ser barreiras à vivência e educação na fé.

A Pastoral Juvenil, comprometida com o Evangelho e a dignidade de cada pessoa, reafirma o seu compromisso com a inclusão plena e efetiva das pessoas com deficiência ou algum tipo de incapacidade em todas as suas decisões, atividades, espaços e iniciativas.

Reconhecemos que cada jovem, independentemente da sua condição é um dom precioso para a comunidade. Inspirados pelo exemplo de Jesus, que acolhia a todos sem distinção, devemos promover uma pastoral que valorize a diversidade e elimine barreiras físicas, sociais e intelectuais.

2. Os jovens nas redes internacionais: Alegria e esperança – ouvir para contagiar

Contámos com a presença de 3 jovens que partilharam três testemunhos de ação bastante inspiradores e fonte de esperança:  a Alice Cardoso da COMECE Youth Net, Maria Beatriz Viana que participou no Congresso Internacional de Pastoral Juvenil e o Rodrigo Figueiredo, membro do organismo Consultivo Internacional dos Jovem do Vaticano.

A participação ativa dos jovens portugueses em fóruns internacionais de juventude católica é essencial para o testemunho e eco da fé cristã, para a promoção dos valores do Evangelho e o fortalecimento do diálogo intercultural. Houve pontos comuns nos três testemunhos: os sonhos, o humanismo e a preocupação com o bem comum.

A sua presença nestes espaços internacionais é uma oportunidade para partilhar a realidade portuguesa junto de outros jovens e de conhecer outros contextos e experiências desta igreja universal. Permite, também, que os jovens católicos portugueses desenvolvam competências de liderança baseadas em princípios cristãos, como o serviço ao próximo, a justiça social e o cuidado com a casa comum. Estes valores são fundamentais para construir um mundo mais justo e solidário.

3. “Pastoral Juvenil em Portugal. Um quadro de referência” – processo em curso

Nuno Almeida, presidente da Comissão Episcopal Laicado e Família, apresentou o documento: “Pastoral Juvenil em Portugal. Um quadro de referência” – um texto que procura desencadear um caminho sinodal que nos leve a um “quadro de referência” que exprima a forma como a Igreja entende a tarefa de anunciar o Evangelho a todos os jovens.

Trata-se de exprimir um conjunto estável de princípios, valores, referências que podem ser de ajuda para todos os que estão envolvidos na pastoral juvenil em Portugal.

Procuramos elaborar um instrumento útil para todos os que têm no coração os jovens e o seu caminho humano e cristão, porque numa mudança de época como a nossa é importante ter um “mapa de navegação” atualizado para aqueles que nas diversas áreas se dedicam à evangelização dos jovens.

Este quadro de referência deve entrar nos processos de diálogo e discernimento que cada instância de pastoral juvenil desenvolve para desenhar e implementar os seus projetos de pastoral juvenil.

Este processo de escuta e diálogo com os jovens, as  estruturas eclesiais e organizações da sociedade civil, tem 6 passos: 1- Preparar (preparação do documento); 2 – Participar (jovens, serviços diocesanos, movimentos, congregações, associações Juvenis e organizações da sociedade civil); 3 – Escrever (redação do documento intermédio com o contributo de todos); 4 – Ouvir (consultas para melhorar documento intermédio); 5 – Concluir (Redação do documento final para entregar à Conferência Episcopal e o último passo, 6 – Partilhar – Apresentação Pública do documento e partilha.

Processo de escuta e discernimento que se irá desenvolver até 2026.

4. Rejoice, Jubileu dos Jovens e Relatório de atividade e imprensa – avaliação e aprendizagens

Foram, ainda, abordados os temas REJOICE – Encontro nacional de juventude, realizado em 19 e 20 de outubro de 2025 com a apresentação do relatório de avaliação e o Jubileu dos Jovens com a partilha de informações gerais sobre o evento a realizar de 28 de julho a 3 de agosto de 2026. O DNPJ apresentou, ainda, o relatório de atividade e imprensa referente ao período novembro 2024 a janeiro de 2025.

O próximo conselho nacional de pastoral juvenil está marcado para os dias 23 e 24 de maio de 2025.

5. Entusiasmados com o futuro

Foi um encontro bastante feliz e importante, para colocarmos a Pastoral Juvenil nas agendas de todos os envolvidos nesta missão, mas sobretudo para nos encontrarmos presencialmente, enquanto estrutura: na presença uns dos outros, conversarmos, convivermos, contactarmos com projetos novos e trabalharmos no presente e futuro da Pastoral Juvenil, com este grupo de pessoas que pelo país e ilhas leva a juventude católica bastante a sério!

Mais informação: https://dnpjcep.wixsite.com/cnpj

Lisboa 3 de fevereiro de 2025

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