Bem-vindos ao site português do Departamento Nacional da Pastoral Juvenil dedicado à JMJ16.

 JORNADAS MUNDIAIS DA JUVENTUDE 2016
CRACÓVIA, POLÓNIA - 26 JULHO A 31 JULHO

«Bem-aventurados os misericordiosos porque alcançarão misericórdia» (Mt 5,7) 

Encontro Formativo 3 - Maria, Mãe da Misericórdia

1. Introdução/objetivos

Na Bula de Proclamação do Jubileu Extraordinário da Misericórdia (Misericordiae Vultus), o Papa Francisco escreve: «Depois do pecado de Adão e Eva, Deus não quis deixar a humanidade sozinha e à mercê do mal. Por isso, pensou e quis Maria santa e imaculada no amor (cf. Ef 1, 4), para que Se tornasse a Mãe do Redentor do homem. Perante a gravidade do pecado, Deus responde com a plenitude do perdão. A misericórdia será sempre maior do que qualquer pecado, e ninguém pode colocar um limite ao amor de Deus que perdoa» (MV 3).

Mais adiante, no n. 24, acrescenta: «Ninguém, como Maria, conheceu a profundidade do mistério de Deus feito homem. Na sua vida, tudo foi plasmado pela presença da misericórdia feita carne. A Mãe do Crucificado Ressuscitado entrou no santuário da misericórdia divina, porque participou intimamente no mistério do seu amor».

Por isso, propomos aos jovens este momento formativo, a pensar que a vida de Maria é a melhor escola para se aprender a fazer a experiência da Misericórdia. Podemos, desde já, que esta escola tem uma porta de entrada e uma porta de saída: a de entrada pode-se contemplar no texto Jo 19, 25-27, junto à Cruz de Jesus; a de saída pode ser contemplada no texto Lc 1, 39-45, que desenvolve, na prática, a iniciativa do “Sim” de Maria ao Arcanjo na aproximação à sua prima Isabel, necessitada de auxílio. A experiência de proximidade da Cruz é, para Maria, algo já aprendido com o compromisso definitivo da sua entrega no início e ao longo do caminho, no acompanhamento dos vários mistérios da vida de Cristo.

Como diz Francisco, «ao pé da cruz, Maria, juntamente com João, o discípulo do amor, é testemunha das palavras de perdão que saem dos lábios de Jesus. O perdão supremo oferecido a quem O crucificou, mostra-nos até onde pode chegar a misericórdia de Deus. Maria atesta que a misericórdia do Filho de Deus não conhece limites e alcança a todos, sem excluir ninguém» (MV 24). Referindo-se a Maria, diz: «o seu cântico de louvor, no limiar da casa de Isabel, foi dedicado à misericórdia que se estende “de geração em geração(Lc 1, 50)» (MV 24).

Fazer a experiência da misericórdia a partir da escola de Maria, implica sempre saber e deixar que o caminho de conversão é, ao mesmo tempo, uma caminho de vocação, quer dizer, o acolhimento do perdão de Deus que nos transforma a vida não se compagina com a inércia, mas com a oferta da vida através de uma entrega por uma forma estável de existência. Maria não se deslocou ao encontro de sua prima para, depois, regressar a uma existência trivial, mas para deixar acontecer todas as surpresas que Deus lhe reservara com a escolha de Bem-aventurada. Assim, a vocação que cada um acolhe com o primeiro passo da conversão (que é preciso constantemente retomar com a experiência da misericórdia de Deus), é uma bem-aventurança que só se conclui com o cumprimento da promessa de um futuro feliz para cada um, já a iniciar neste mundo, e a consumar-se na plenitude da vida eterna.

Quem “se mete” com Maria não pode menos que fazer o percurso que Ela mesma percorreu como primícia da humanidade. Ao mesmo tempo, é Mãe da Misericórdia, protegendo-nos daquilo que pode atrapalhar esta peregrinação até à felicidade plena.

 

Objetivos:

·         Preparar a participação dos jovens na peregrinação do Fátima Jovem, na qual os mesmos serão convidados a fazer a experiência do Jubileu da Misericórdia;

·         Refletir sobre o ideal de felicidade que é escolhido por quem se aventura no caminho da realização das obras de misericórdia;

·         Apontar «Maria, Mãe da Misericórdia» como inspiração e auxílio da caminhada vocacional dos jovens.

 

2. Dinâmica

 

A reunião começa com a projeção do vídeo: “Mary did you know?”, pode ser encontrado em:

https://www.youtube.com/watch?v=oq0rQRXhZjk

Depois da projeção do vídeo, entregar uma fotocópia da letra (anexo 1) deixar uns breves segundos em silêncio, para que os jovens possam assimilar o conteúdo.

De seguida, pedir que se distribuam em pequenos grupos (4 a 6 elementos) para partilhar acerca dos seguintes aspetos: 

·         Procura compreender o caminho que fez Maria desde que disse “Faça-se em mim” até que assistiu à morte e ressurreição do seu filho.

·         Que terá sentido em cada momento? No momento em que o anjo lhe faz a proposta (Lucas 1)? No momento em que visita a sua prima (Lucas 1, 39ss)? No momento em que Jesus sofre o calvário (João 19)? No momento em que Jesus ressuscita

·         Terá Maria sido feliz? O que a terá levado a viver com serenidade e confiança em cada momento?

·         Porque será que deram o título de “Mãe de Misericórdia” a Maria?

 

NOTA: É necessário providenciar que cada grupo tem acesso a uma bíblia, no caso de desejarem consultá-la.

 

Depois de fazerem o trabalho proposto o animador propõe um plenário no qual cada grupo apresenta as conclusões das duas últimas questões.

O animador aprofunda as conclusões desde as seguintes notas:

·         Maria começou o caminho com um Sim. E foi dando pequenos sins a cada momento. Desde esta adesão ela foi construindo a sua vida em profundidade, atenta aos planos de Deus, que fizeram dela uma mulher profundamente realizada e, portanto, feliz.

·         O caminho de Deus é feito por etapas, de pequenos sins em pequenos sins… Até que Maria foi capaz de dar grandes sins e acompanhar Jesus na Cruz.

·         Maria é mãe de misericórdia, pois vai dando pequenos sins no caminho de experimentar a misericórdia (o amor de Deus) e permitir que os outros o experimentassem. Esses sins fizeram dela mãe de Jesus e mãe de todos os seguidores Dele, ou seja, mãe de cada um de nós. Nesse sentido, podemos sempre contar com ela a cada momento da nossa vida. 

Aplicando ao nosso caminho de fé:

·         Também nós somos convidados a ir dando pequenos sins, em cada dia, cada hora. Sem complicar-nos e com simplicidade e confiança.

·         Dar cada sim com a convicção de que é mais um passo no caminho da fé, do seguimento de Jesus, de uma vida realizada e feliz.

·         Cada sim aproxima-nos de Deus e da vocação que estamos chamados a viver.

 

3. Oração

 

I Jogral: Se não houver… quem o fará?

 

(Leitor 1:)

A misericórdia é a caraterística fundamental do agir de Deus, como nos revela a Sagrada Escritura, que descreve todas as ações de Deus como história de salvação. Nas suas palavras e ações, Jesus manifesta a centralidade da misericórdia, revelando-nos quem e como é Deus.”

 

(Leitor 2:)

Se não houver Comunidades Cristãs onde possamos contemplar com os olhos do coração a Boa Nova da misericórdia de Deus vivida na prática, através de uma evangelização que ponha à frente de tudo a relação com Jesus manso e humilde, quem o fará?

 

                Lá-                     Sol+        Dó+                   Lá-

Como é lindo ver descer pela montanha

       Fá+                     Sol+         Lá-

os pés do mensageiro da paz.

 

(Leitor 1:)

A Igreja é chamada a dar corpo ao desejo misericordioso de Deus de salvar toda a humanidade, por meio da sua tríplice missão profética, celebrativa e social. Deus olha cada um e todos os seus filhos com misericórdia infinita, tendo uma especial predileção pelos pobres, doentes, os perdidos e pecadores, aos quais procura incessantemente e quer dar aquele mais apertado abraço que reconcilia e que salva.”

 

(Leitor 2:)

Se não houver Padres, Diáconos, Religiosos e Leigos que deixem casa, pai e mãe para se entregar inteiramente ao serviço da Igreja de Cristo através de uma vivência radical dos valores evangélicos, no Sacerdócio, na Vida Consagrada e no Matrimónio, quem o fará?

 

Como é lindo…

 

(Leitor 1:)

A vocação sacerdotal nasce do coração misericordioso de Deus, que olha para os seus filhos e escolhe alguns para que sacramentalmente sejam configurados com Jesus Cristo, Pastor e Cabeça da Igreja. Os Evangelhos mostram-nos Jesus a passar pelos mais variados lugares onde se desenvolve a vida humana, olhando com predileção para alguns, escolhendo-os e chamando-os, como aconteceu com a vocação de Mateus.”

 

(Leitor 2:)

Se não houver animadores vocacionais que tenha a coragem de sair de sua casa, passando pelos ambientes e caminhos onde moram e viajam os jovens de hoje, levando-lhes um testemunho credível de um seguimento alegre de Jesus Cristo, quem o fará?

 

Como é lindo…

 

(Leitor 1:)

 “O sacerdote é fruto do olhar misericordioso de Jesus, que quer salvar a todos. Não se trata de alguém perfeito, irrepreensível e santo, mas de alguém para quem o Senhor olhou com misericórdia, sem explicação nem motivação compreensíveis.”

 

(Leitor 2:)

Se não houver Padres que sejam referência de quem já se entregou inteiramente a Jesus Cristo, Cabeça e Pastor da Igreja, exemplo de uma configuração cada vez mais real e feliz com Ele, deixando-se olhar pela sua misericórdia que não deixa nenhum dos seus sentir-se sozinho na missão, quem o fará?

 

Como é lindo…

 

(Leitor 1:)

Os seminaristas, desejosos de conhecer o mistério da sua vocação, entrem no mistério do amor de Deus pela humanidade e por si mesmos, sintam-se sinceramente pecadores e doentes como todos os outros homens, e darão infinitas graças a Deus por os eleger e chamar a partilhar a grandeza da Sua companhia.”

 

(Leitor 2:)

Se não houver jovens rapazes que se primeireiem a entrar para a comunidade do Seminário, deixando-se guiar por diversas etapas formativas, para dar testemunho de que Jesus não chama os melhores, mas capacita os que chama com a transformação do coração e da inteligência através da sua sábia misericórdia, quem o fará?

 

 

Como é lindo…

 

(Leitor 1:)

Aos jovens convidamos a entrar na contemplação do rosto misericordioso de Deus que os escolhe e os chama. Aceitando humildemente a sua condição de pecadores e necessitados da misericórdia de Deus, muitos sentirão o apelo a andar com o Senhor e a aprender d’Ele, conhecerão a vocação a que os chama e terão alegria e coragem para a seguir fielmente.”

 

(Leitor 2:)

Se não houver jovens cristãos que, individualmente ou em grupo, queiram aprofundar a fé em Deus através de uma experiência de conversão que transforma a existência a ponto de suscitar uma entrega generosa e pura, quem o fará?

 

Como é lindo…

 

II Cântico evangélico (Magnificat):

 

Lc 1,46-55

A minha alma glorifica ao Senhor * 
   e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador.

Porque pôs os olhos na humildade da sua serva: * 
   de hoje em diante me chamarão bem-aventurada 
   todas as gerações. 
O Todo-Poderoso fez em mim maravilhas: * 
   Santo é o seu nome.

A sua misericórdia se estende de geração em geração * 
   sobre aqueles que O temem. 
Manifestou o poder do seu braço * 
   e dispersou os soberbos.

Derrubou os poderosos de seus tronos * 
   e exaltou os humildes. 
Aos famintos encheu de bens * 
   e aos ricos despediu de mãos vazias.

Acolheu a Israel, seu servo, * 
   lembrado da sua misericórdia, 
como tinha prometido a nossos pais, * 
   a Abraão e à sua descendência para sempre. 

Glória ao Pai e ao Filho
   e ao Espírito Santo, *
como era no princípio,
   agora e sempre. Ámen.

 

4. Mexe-te

 

A mensagem de Fátima não é só uma exortação à penitência, nem a uma penitência vazia e em vão. Se Maria propôs sacrifícios aos pastorinhos, foi para nos ajudar a reparar as atitudes que ofenderam o Sagrado Coração de Jesus.

A partir do Santuário de Fátima, vemos como, ao longo dos tempos que se seguiram às Aparições de Nossa Senhora aos Pastorinhos, a vida de milhares de peregrinos é marcada pela abertura a Deus e pela prática do Evangelho, ainda que gradualmente e através de atitudes simples.

Propomos aos jovens que participarem neste encontro formativo que se organizem com criatividade no sentido de fazer algumas obras de misericórdia em conjunto. Sugestões:

·         Elencar situações concretas no círculo de vizinhanças que denotem carências;

·         Encontrar formas concretas de ajudar, calendarizando;

·         Rezar antes e depois das obras realizadas (por exemplo o Terço, etc.).

 

 

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Encontro formativo 3 (docx) 

 

ANEXO

3 Anexo - Marydidyou know.docx

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